O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, disse nesta terça-feira (10), segundo a agência Interfax, que seu país aceitou a proposta da Rússia para que Damasco coopere com a comunidade internacional no controle de armas químicas e sua total destruição.
"Ontem realizamos uma rodada de conversas muito frutíferas com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que apresentou a iniciativa sobre as armas químicas. Já ontem pela tarde manifestamos nosso de acordo com a iniciativa russa", disse Muallen, citado pela agência.
O chefe da diplomacia do país árabe, que fez as afirmações em Moscou durante uma reunião com o presidente da Duma (Câmara dos Deputados), Sergei Narishkin, acrescentou que a decisão de Damasco tem como objetivo "deixar sem argumentos a agressão americana".
A Rússia e Síria já trabalham em um "plano concreto, claro e eficaz" para pôr sob controle internacional as armas químicas sírias, afirmou hoje Lavrov.
O chanceler russo disse que a Rússia está preparada para apresentar "em breve" o plano ao Conselho Segurança da ONU e à comunidade internacional.
Lavrov concedeu entrevista coletiva ao final de seu encontro com o ministro das Relações Exteriores líbio, Abdel Aziz.
"Estamos preparando as propostas concretas em forma de um plano, que será apresentado a todas as partes interessadas, incluído, claro, os Estados Unidos", explicou o chefe da diplomacia russa.
Lavrov acrescentou que mantém contato com o secretário de Estado americano, John Kerry. "A última vez que falamos foi ontem pela tarde, por telefone. Informei a ele sobre o que acabo de contar", disse o chanceler.
Lavrov argumentou que a proposta de colocar as armas químicas sob controle internacional "não é uma iniciativa totalmente russa".
"Germinou dos contatos que mantivemos com os colegas americanos, da declaração de ontem de John Kerry, que apontou a possibilidade de se evitar os ataques (à Síria) se for resolvido este problema (das armas químicas)", esclareceu.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou ontem que poderia suspender um possível ataque militar na Síria se o regime de Bashar al Assad aceitar a proposta russa para que seu arsenal de armas químicas fique sob controle da comunidade internacional.
Muallem já tinha declarado ontem que Damasco valorizava a proposta russa devido à preocupação dos "dirigentes sírios pela vida de seus cidadãos e a segurança no país".
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