O regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, acusou um grupo armado "liderado por terroristas chechenos" de estar por trás do sequestro de dois bispos ortodoxos no país, informou nesta quinta-feira (25) a agência de notícias oficial Sana.
De acordo com a fonte, a advertência foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores da Síria através de duas cartas enviadas ontem ao Conselho de Segurança e à Secretaria-Geral da ONU.
Esse suposto grupo terrorista estaria vinculado à Frente al Nusra, que é vinculado à Al Qaeda e combate o regime do presidente Bashar al Assad, informou as autoridades sírias.
As cartas enviadas lembram que os dois religiosos foram sequestrados na cidade de Aleppo na última segunda-feira, quando retornavam de uma missão humanitária. Durante o fato, outro sacerdote, que conduzia o carro supostamente abordado pelos "terroristas chechenos", foi assassinado.
Segundo o regime sírio, "este crime faz parte da atividade terrorista radical que é articulada pelo grupo armado filiado à Frente al Nusra e seus mercenários estrangeiros, que contam com apoio de países da região".
O Ministério ressaltou a vontade da Síria de acabar com o terrorismo de ideologia "takfir", que considera infiéis todas as pessoas, sejam muçulmanas ou não, que não comungam com suas ideias e que, segundo as autoridades de Damasco, atenta contra a união nacional e a coesão social da Síria.
Além disso, as autoridades sírias pediram ao Conselho de Segurança que emita um comunicado claro para rejeitar este tipo de crimes, manifestar sua determinação contra os responsáveis destes delitos e cobrar os países da região a não fornecer mais armas "aos terroristas".
Neste aspecto, o regime de Assad lembrou seu compromisso com uma solução política baseada no diálogo entre os sírios, o que, segundo as autoridades do país, requer de uma cessação da violência "perpetrada por grupos relacionados com a Al Qaeda".
Por enquanto, nenhuma organização reivindicou o sequestro do bispo greco-ortodoxo de Aleppo e Alexandria, Bulos Yaziji, e o siríaco ortodoxo dessa mesma cidade, Yuhanna Ibrahim.
Na última terça-feira, a agência de notícias católica "Zenit" anunciou em sua versão em árabe a libertação dos religiosos, que, no entanto, acabou sendo desmentida pouco depois por fontes de suas respectivas igrejas no Líbano.