A Síria advertiu hoje os embaixadores dos Estados Unidos e da França a não viajarem para fora da capital sem permissão. A medida foi tomada duas semanas depois de os diplomatas irritarem o governo ao visitar a cidade de Hama, que se tornou o centro do levante no país, que já dura quatro meses.

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Se os embaixadores desobedecerem a ordem, o governo vai proibir todos os diplomatas de saírem de Damasco, disse o ministro de Relações Exteriores Walid al-Moallem, durante uma palestra na Universidade de Damasco.

"Nós não expulsamos os dois embaixadores porque queremos que as relações se desenvolvam no futuro e para que seus governos revisem suas posições em relação à Síria", afirmou al-Moallem. "Se isso se repetir, vamos impor uma proibição que impeça os diplomatas de se afastarem mais de 25 quilômetros de Damasco", disse ele.

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A Síria está sob fortes críticas e sanções internacionais por causa da repressão contra os dissidentes. Segundo ativistas, a violência já matou pelo menos 1,6 mil pessoas, a maioria manifestantes desarmados. O regime proibiu a ação da mídia internacional e restringiu a cobertura dos meios de comunicação locais, o que torna praticamente impossível verificar os dados de forma independente.

Nos dias 7 e 8 deste mês, o embaixador norte-americano Robert Ford e seu colega francês Eric Chevallier viajaram separadamente para Hama para expressar seu apoio ao povo sírio, que se manifesta pacificamente. Moradores de Hama afirmaram à AP que a visita ajudou a evitar ataques das forças de segurança.

Prisões

Hoje, forças de segurança vasculharam bairros rebeldes, detendo dezenas de pessoas, dentre elas George Sabra, um importante integrante da oposição, informaram ativistas. Líder do exilado Partido Nacional Democrata, ele foi detido em sua casa no subúrbio de Qatana, em Damasco, informaram os Comitês de Coordenação Locais, que auxiliam na organização de documentação dos protestos na Síria. Foi a segunda detenção de Sabra desde o início dos protestos.

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