Tropas leais ao presidente Bashar Assad, da Síria, bombardearam duas cidades no centro do país e enviaram tanques e franco atiradores para batalhas contra rebeldes nos subúrbios da capital Damasco e em outras cidades, ampliando uma ofensiva que parece tentar acabar com a oposição menos de uma semana antes de um cessar-fogo promovido por autoridades internacionais ter início.
Com o aumento dos combates, a fila de sírios que foge para a vizinha Turquia aumentou consideravelmente nesta semana. A agência de gerenciamento de desastres turca afirmou que mais de 2,7 mil refugiados chegaram ao país ontem e na manhã de hoje, elevando o total para quase 24 mil.
Colunas de fumaça podiam ser vistas nesta manhã na cidade síria de Homs. Forças do governo também atacaram Rastan, segundo o grupo britânico Observatório para Direitos Humanos, cidade que está cercada pelas tropas do regime desde que os rebeldes a controlaram, no fim de janeiro. Também aumentou a ofensiva na periferia de Damasco, onde três membros do exército teriam sido mortos, segundo fontes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou ontem que a crise na Síria está piorando, mesmo com a previsão de início do cessar-fogo para o começo da manhã da próxima quinta-feira. O acordo de paz foi promovido por Kofi Annan, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para o país. Com a escalada da violência hoje, diminuem as esperanças de que um ano de combates - que já deixaram mais de 9 mil mortos, segundo a ONU - termine em breve.