Grupos da oposição disseram nesta quinta-feira (17) que aliados do regime sírio são os responsáveis por um massacre ocorrido na cidade de Homs, na região central do país, na última terça (15). Segundo os ativistas, o número de mortos na ação varia entre 37 e 106.
Caso confirmada, a ação aconteceu no mesmo dia em que 87 pessoas morreram em um atentado à Universidade de Aleppo, no norte do país. Ontem, mais 22 pessoas foram mortas em três explosões em Idlib, também no norte sírio. Os dois eventos foram atribuídos pelo regime sírio aos opositores.
A estimativa mais alta sobre o massacre de Homs é do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres. Segundo os ativistas, pelo menos 106 pessoas morreram no bairro de Basatin al Hasamiya após um ataque de uma milícia armada vinculada ao ditador Bashar Assad, conhecida como shabbiha.
Moradores da região disseram ao grupo que os homens mataram duas famílias de 14 e 32 pessoas e outros residentes da área no ataque. Os mortos foram feridos por tiros de armas de grosso calibre e alguns deles foram esfaqueados.
Os Comitês de Coordenação Local, que estão dentro da Síria, também confirmaram a ação, mas disseram que 37 civis foram mortos, incluindo mulheres e crianças. A organização disse que o último levantamento foi feito ontem e que o número de mortos pode ser maior.
Nesta quinta-feira, o jornal "Al Watan", vinculado ao regime, informou que o Exército havia conseguido progressos na região de Homs após ações contra rebeldes armados. Ativistas da oposição dizem, no entanto, que a área onde teria ocorrido o massacre não possui combatentes.
O regime sírio não confirmou o suposto massacre. As informações sobre a Síria não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime à entrada de jornalistas e organizações internacionais.
Silêncio
Na nota em que denunciou o suposto massacre, o Observatório Sírio de Direitos Humanos pede o envio urgente de uma missão internacional para investigar as ações que acontecem na cidade. Eles consideram que o silêncio da comunidade internacional faz parte de um complô contra a população síria.
A última vez em que a cidade foi visitada pela ONU (Organização das Nações Unidas) foi em agosto, durante uma missão de observadores enviados pelo então enviado especial à Síria, Kofi Annan. Em setembro, o Conselho de Segurança decidiu retirar o grupo do país devido à falta de segurança.
A ONU suspendeu há dois meses todas as atividades no país devido à violência dos confrontos entre o regime e a oposição. Desde o início da ofensiva, em março de 2011, pelo menos 60 mil pessoas morreram em território sírio, segundo a organização.
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