O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, lamentou o uso de armas químicas na Síria e exigiu na sexta-feira que os responsáveis sejam detidos e responsabilizados.
Ban disse à Assembleia Geral da ONU que a comunidade internacional também tem uma responsabilidade moral e política de impedir novos incidentes e "garantir que armas químicas nunca voltem a emergir como um instrumento de guerra".
Ele se dirigiu à assembleia sobre o relatório final emitido na quinta-feira pelos inspetores da ONU que examinaram sete supostos ataques com armas químicas na Síria. Eles concluíram que as armas químicas foram provavelmente usadas em quatro locais, além do ataque confirmado perto de Damasco em agosto.
A autoridade limitada dos inspetores os autorizava apenas a determinar se armas químicas foram usadas, mas os impedia de identificar se o governo ou combatentes da oposição foram responsáveis por qualquer dos ataques.
O inspetor-chefe Ake Sellstrom disse, em entrevista coletiva, que "métodos mais intrusivos" do que aqueles autorizados pela Assembleia Geral para a investigação são necessários para identificar os autores dos ataques. "Eu poderia especular... Mas não tenho informação que possa ser levada até um tribunal", afirmou.
Sellstrom disse que os Estados-membros da ONU poderiam autorizar uma nova investigação "forense intrusiva" para determinar a responsabilidade, o que exigiria mais recursos e uso de métodos que sua equipe não conseguiu usar. Ele não deu detalhes sobre o assunto.
A chefe de desarmamento da ONU, Angela Kane, disse a repórteres que existe uma série de pedidos de investigações adicionais para determinar quem foi o responsável por utilizar armas químicas no país.
Enquanto isso, dois ativistas sírios disseram no sábado que o governo está negociando com rebeldes para assegurar a libertação de um grupo de freiras feitas reféns por combatentes da oposição.
Um porta-voz da brigada rebelde al-Habib al-Moustafa afirmou que combatentes querem que o governo sírio liberte centenas de ativistas mulheres presas em troca das 12 freiras.
As negociações também foram confirmadas por um proeminente ativista da oposição síria que pediu anonimato porque estava discutindo conversas realizadas por outras pessoas. Ele apontou que as negociações começaram imediatamente após as freiras ortodoxas gregas serem levadas do convento de Mar Takla, ao norte de Damasco, no dia 6 de dezembro, depois que rebeldes invadiram a área.