A Síria concluiu a destruição de equipamentos importantes para a produção de armas químicas e para o preenchimento de munições com gás venenoso, informou ontem a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
O anúncio foi feito um dia antes do prazo final estabelecido pela organização, sediada em Haia, para que Damasco destruísse ou "inutilizasse" todas as instalações de produção e maquinário para a mistura de agentes químicos e preenchimento de munições.
A destruição desses equipamentos significa que a Síria já não pode produzir novas armas químicas. Mas Damasco ainda tem de começar a destruir seu atual arsenal desse tipo de armamento. Acredita-se que o país tenha cerca de 1 mil toneladas de químicos e armas, dentre elas gás mostarda e gás sarin.
Em comunicado, a OPAQ disse que sua equipe está "agora satisfeita com o fato de que verificou e viu destruídos todos os equipamentos declarados de produção e preenchimento", acrescentando que "novas atividades de inspeção não estão planejadas no momento".
A conclusão do estágio inicial de destruição é um marco significativo no ambicioso cronograma para a destruição de todas as armas químicas Sírias, previsto para terminar até meados de 2014.
No início desta semana, os inspetores haviam concluído a primeira rodada dos trabalhos de verificação, após visitar 21 dos 23 locais declarados por Damasco. Dois dos locais não puderam ser vistoriados por questões de segurança, o que destaca a natureza arriscada da missão de destruir o arsenal químico sírio em meio a uma guerra civil.
A OPAQ disse ontem que os dois locais não visitados estão, segundo a Síria, "abandonados e os itens relacionados ao programa de armas químicas foram transferidos para outros locais declarados, os quais inspecionamos".
A Síria apresentou um programa para a destruição total de armas químicas que tem de ser aprovado, no mês que vem, pelo comitê executivo da OPAQ. Num sinal do progresso da missão, um grupo de oito inspetores da entidade retornou ontem para a sede da organização.
"Em nome da Opaq, agradeço vocês e todos os nossos colegas da missão conjunta OPAQ-ONU que permanecem na Síria por seu extraordinário trabalho", disse o diretor-geral Ahmet Uzumcu em declarações divulgadas pela organização. "Saúdo a firmeza e a coragem que todos vocês demonstraram no cumprimento da mais desafiadora missão já empreendida por esta organização."
Intervenção
Em julho, fontes oficiais americanas afirmaram à imprensa internacional que Israel havia atacado um depósito de mísseis na região de Latakia. A ação não teria sido bem-sucedida em seu objetivo estratégico, razão pela qual uma segunda tentativa de intervenção era esperada ali.
Itinerário
Arábia Saudita, Israel, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Marrocos fazem parte do itinerário de Kerry durante a viagem de nove dias, de 3 a 11 de novembro