O regime sírio desafiou nesta terça-feira (27) a comunidade internacional a apresentar "qualquer prova" que comprove o uso de armas químicas por parte do exército e disse que uma ação militar internacional no país apenas serviria aos interesses de Israel e da Al Qaeda.

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"O pretexto das armas químicas é falso e infundado. Desafio a que apresentem qualquer prova que comprove seu uso", afirmou em uma coletiva de imprensa o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid al Muallem.

Além disso, Muallem informou que a equipe de inspetores da ONU enviado à Síria adiou para esta quarta-feira sua nova visita à zona do suposto ataque químico na periferia de Damasco em função de desavenças entre os grupos rebeldes.

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Segundo Muallem, os inspetores "não puderam entrar hoje na zona de Muadamiyat al-Sham porque os grupos armados não chegaram a um acordo entre eles sobre as garantias para proteger a equipe da ONU".

O dirigente afirmou que o regime dispõe de provas que revelará "no momento adequado" sobre o uso de armas químicas por parte destes grupos armados. Mullaem argumentou que as operações do exército nos arredores de Damasco tem como objetivo apenas "proteger o povo".

O ministro disse ainda que uma intervenção militar não enfraquecerá as capacidades militares da Síria em sua "guerra contra o terrorismo".

"Qualquer ação militar na região tem o objetivo de servir a Israel, e, em segundo lugar, ajudará os propósitos militares da Frente al Nusra, ligado à Al Qaeda", opinou.

"Todos estamos escutando os tambores da guerra em torno de Síria", disse. O dirigente acusou o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, de "propagar informação falsa para a opinião pública" para justificar um eventual ataque.

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"Às vezes os Estados Unidos conduzem a situação para uma tensão para fazer nossos amigos escolherem entre um golpe militar e outras alternativas", afirmou.

"Preferimos uma intervenção militar a tentativas de chantagem", disse o ministro. "Caso isso ocorra nos defenderemos com meios disponíveis", acrescentou.

Segundo sua opinião, as ameaças de intervenção em seu país fazem parte de uma "guerra psicológica" e pretendem esconder o envio diário de "armas avançadas" aos rebeldes através da fronteira turca.

Mouallem pediu à Jordânia que "não se deixe chantagear" e que se oponha a um ataque estrangeiro na Síria. O ministro disse ainda que as relações do regime com a Rússia, que é contra uma intervenção, são "estratégicas e históricas".

As forças armadas do Reino Unido preparam um "plano de contingência" para uma hipotética ação militar na Síria, indicou hoje o governo britânico.

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Um porta-voz de Downing Street (residência do primeiro-ministro) afirmou que o Reino Unido poderia adotar uma decisão sobre o conflito antes dos resultados da missão da ONU serem divulgados.

O governo americano disse que exigirá que o regime sírio preste contas pelo que classificou de "inegável" uso de armas químicas contra a população civil, embora não confirmou se já decidiu por uma intervenção militar.