Rebeldes fazem uma execução de brincadeira com um de seus companheiros, vestido com uniforme da polícia do governo| Foto: Bryan Denton/The New York Times

Damasco - O regime sírio acusou ontem os Estados Unidos de usarem a existência de armas químicas no país como pretexto para uma intervenção militar, assim como foi feito para justificar a ocupação do Iraque, em 2003.

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Em entrevista ao canal­­ Al Mayadeen, em Nova York,­­­­ o chanceler sírio, Wa­­lid­­ Mual­­lem, disse que Wa­­shing­­ton ameaça usar contra o governo de Bashar Assad a mesma tática de que lançou mão para derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein.

"Isso é um invento da administração americana. As armas químicas existem, mas como vamos usá-las contra o nosso povo?", disse.

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A revelação do arsenal de destruição em massa foi confirmada pelo regime sírio em julho, alegando que não pretendia aplicá-lo na crise no país a não ser que haja uma intervenção estrangeira. O governo garantiu que as armas estão em local seguro.

Na semana passada, o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, reafirmou a preocupação com o arsenal, mas descartou até o momento qualquer intervenção de forças dos EUA no país.

Muallen voltou a criticar o Qatar e a Arábia Saudita, entre outros países, por darem apoio aberto aos rebeldes, que são chamados de terroristas pelo governo sírio.

Os combates entre opositores e governo seguem por mais um dia em todo o território sírio. Pelo menos 21 pessoas morreram em bombardeios do Exército sírio na cidade de Salqine, na Província de Idlib, no norte do país.

De acordo com o Obser­­vatório Sírio de Direitos Hu­­manos, aviões lançaram explosivos sobre a cidade, destruindo prédios e casas. A maioria das vítimas morreu nas explosões e soterradas nos escombros dos edifícios.

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No entanto, a televisão estatal informou que as forças governamentais "destruíram veículos carregados com armas automáticas e mataram terroristas armados que atacavam cidadãos em Salqine".

Na cidade de Aleppo, a segunda maior do país, um mercado histórico, que pertencia à lista de patrimônio mundial da Unesco, foi parcialmente destruído por um incêndio durante confrontos entre rebeldes e forças leais a Assad.

Na semana passada, os re­­beldes anunciaram uma "ba­­talha decisiva" para dominar a cidade, mas até o mo­­mento não há informações­­ de áreas dominadas pelos insurgentes.

Desde o início da revolta,­­ em março de 2011, pelo menos 30 mil pessoas morreram­­ em confrontos em todo o país,­­­­ segundo grupos oposi­­to­­res. A Organização das Na­­ções­­ Uni­­das (ONU) esti­­ma em 25­­ mil o número de­­ mortos.