Seiscentas pessoas deixaram neste domingo o centro antigo sitiado de Homs, controlado pelos rebeldes, disse uma autoridade local, após mais de um ano enfrentando a fome e a privação de liberdade causada por um dos bloqueios mais prolongados do devastador conflito na Síria.
Os desalojados, principalmente mulheres, crianças e idosos, foram retirados pela Organização das Nações Unidas e o Crescente Vermelho sírio no terceiro dia de uma operação durante a qual os comboios de ajuda foram alvejados e ficaram brevemente retidos no centro velho de Homs.
"O último veículo chegou e o total é de 611 pessoas", disse o governador de Homs, Talal al-Barazi, ao canal regional de televisão árabe Al Mayadeen, em um ponto de encontro fora da cidade, acrescentando que mais ajuda foi enviada à área rebelde.
Barazi e autoridades do Crescente Vermelho disseram que estavam trabalhando para estender a operação para além de domingo, o último dia de um frágil e frequentemente violado cessar-fogo de três dias na cidade.
Alguns dos que saíram eram homens em idade de combate que não eram originalmente elegíveis para deixar a área, disse Barazi, mas concordaram em se entregar para a polícia e às autoridades judiciais e poderão ganhar sua liberdade por meio de anistia.
Autoridades de Assad e combatentes rebeldes trocaram acusações de responsabilidade pelos ataques no sábado que impediram a entrada de uma equipe conjunta da ONU e do Crescente Vermelho no centro velho de Homs por várias horas, após o anoitecer de sábado.
O comboio foi atacado enquanto agentes humanitários entregavam alimentos e suprimentos médicos no distrito onde a ONU diz que 2.500 estão retidas por um cerco militar desde meados de 2012. A área é dominada por rebeldes, mas está cercada pelo Exército sírio.
O conflito na Síria já matou 130.000 pessoas, deixou milhões sírios desabrigados e devastou bairros inteiros, particularmente em Homs, onde os protestos contra os 40 anos de governo da família Assad eclodiram em 2011.