A Síria disse que uma ação militar dos Estados Unidos em resposta a um suposto ataque com armas químicas iria "criar uma bola de fogo que inflamaria o Oriente Médio".
O Irã, um dos principais aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, também afirmou que Washington não deve cruzar a "linha vermelha" na Síria, onde médicos acusaram suas forças de um ataque com gás venenoso que matou centenas de pessoas na semana passada.
A equipe de inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) estão aguardam em um hotel em Damasco, a poucos quilômetros do local do ataque, mas a Síria sugeriu que eles não seriam autorizados a visitar.
O presidente dos EUA Barack Obama reuniu seus principais assessores militares e de segurança nacional, no sábado, para avaliar opções. Forças navais dos Estados Unidos foram reposicionados no Mediterrâneo para dar a Obama a opção de um ataque armado.
A Síria respondeu com dureza. "Intervenção militar dos EUA vai criar uma briga muito séria e uma bola de fogo que vai inflamar o Oriente Médio", afirmou o ministro da Informação sírio Omran Zoabi, de acordo com a agência de notícias estatal SANA.
Obama reluta em intervir na guerra civil da Síria, mas os relatórios dos assassinatos perto de Damasco elevaram a pressão sobre a Casa Branca. O presidente norte-americano disse há um ano que armas químicas seriam uma "linha vermelha" para os EUA.
O Irã disse que qualquer intervenção de Washington teria "consequências graves", de acordo com a agência de notícias Fars.
"A América conhece as limitações da linha vermelha na Síria e cruzar essa linha vermelha terá consequências graves para a Casa Branca", disse Massoud Jazayeri, vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Irã, no domingo, de acordo com a Fars.
Segundo informações da oposição síria, entre 500 e mais de 1.000 civis foram mortos esta semana por gás venenoso colocado em munições disparadas pelas forças pró-governo.
A organização Médicos Sem Fronteiras disse que três hospitais próximos a Damasco relataram 355 mortes no espaço de três horas e cerca de 3.600 internações com sintomas do tipo de gás nervoso.
ONU inspetores
As grandes potências mundiais --incluindo a Rússia, o principal aliado de Assad, que há muito tempo tem bloqueado intervenção patrocinada pela ONU --pediram que o líder sírio coopere com inspetores da ONU que já estão em Damasco.
O ministro da Informação Zoabi disse que a Síria e a ONU já concordaram em realizar inspeções de certos locais ao redor da Síria a partir de denúncias ocorridas antes de quarta-feira, mas não permitirá qualquer "inspeção que irá prejudicar a soberania nacional".
O ministro disse que a Síria vai cooperar "significativamente e de forma transparente" com os locais de inspeção prévia acordados. Mas ele chegou a sugerir que os inspetores da ONU não seria permitido visitar o local do ataque de quarta-feira.
A Casa Branca recusou-se a listar quais opções foram discutidas no sábado e disse que Washington ainda estava colhendo detalhes sobre o ataque.
"O presidente Obama pediu ao Departamento de Defesa para preparar opções para todas as contingências", disse o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, a jornalistas na Malásia, quando ele começou uma viagem longa semana para a Ásia.
Fontes da oposição síria disseram no domingo que quatrocentas toneladas de armas tinha sido enviado para a Síria da Turquia para aumentar a capacidade dos rebeldes contra as forças do governo sírio após o suposto ataque químico.
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