Damasco A Síria e o Iraque reabriram suas respectivas embaixadas em suas capitais ontem, acabando com mais de duas décadas de boicote diplomático, desde que a Síria alinhou-se ao Irã na guerra Irã-Iraque. A bandeira do Iraque foi hasteada no terraço de sua embaixada em Damasco numa cerimônia da qual participaram autoridades sírias e iraquianas.
Um evento parecido ocorreu no bairro de Mansour, em Bagdá, que fica fora da Zona Verde, controlada pelos EUA, disseram fontes oficiais. "Estamos ansiosos para que a Síria ajude o povo iraquiano e dê apoio ao processo político no Iraque", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Iraque, Labid Abawi, em Damasco.
Seu equivalente sírio, Farouq Taha, disse: "Essa medida significa que a Síria apóia o processo político como a base para a preservação da unidade iraquiana, para a reconquista de sua soberania e para a retirada das forças estrangeiras de seu território." Os embaixadores ainda não foram nomeados.
Os dois governos concordaram em restabelecer plenamente as relações diplomáticas no mês passado, durante a viagem do ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, a Bagdá.
A reaproximação ocorre num momento em que os Estados Unidos acusaram a Síria de permitir a entrada no Iraque, através de seu território, de armas e insurgentes para combater as tropas norte-americanas. As autoridades sírias negam.
O governo sírio espera que a reaproximação e a estabilidade no Iraque façam crescer as exportações sírias e permitam a retomada do trânsito de petróleo por um oleoduto que vai de Kirkuk, no norte do Iraque, até a costa mediterrânea da Síria.