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O presidente da Síria, Bashar Assad, formalizou nesta terça-feira (14) a decisão de estabelecer relações diplomáticas com o Líbano. A agência estatal síria de notícias confirmou o fato, informando que a medida foi anunciada em um decreto. Mais tarde, o governo libanês confirmou o estabelecimento das relações diplomáticas.

A agência SANA informou também que será estabelecida uma embaixada da Síria no Líbano pela primeira vez desde a independência dos dois países, na década de 1940. O decreto da Assad, divulgado pela SANA, não menciona a abertura da embaixada nem fornece outros detalhes.

O Líbano e a Síria chegaram a um acordo em abril para estabelecer relações diplomáticas formais, durante uma visita do presidente libanês Michel Suleiman a Damasco. Os países também concordaram em demarcar os pontos em disputa na fronteira. Políticos libaneses críticos à Síria pediam há tempos o restabelecimento de relações diplomáticas, medida avaliada por eles como uma forma de Damasco reconhecer a soberania libanesa.

Desde o início da década de 1940, quando obtiveram a independência da França, os dois países não tinham relações diplomáticas formais. A Síria controlou várias regiões do Líbano durante quase 30 anos até 2005, quando foi forçada a se retirar, sob intensa pressão internacional. Logo após o anúncio da Síria, o ministro do Exterior do Líbano, Fawzi Salloukh, disse que um decreto semelhante foi expedido nesta terça-feira (14) em Beirute para a abertura de uma embaixada libanesa em Damasco.

"Esse passo indica uma nova era nas relações entre a Síria e o Líbano e ela será marcada pela irmandade e cooperação", ele disse. Salloukh disse que viajará nesta quarta a Damasco para discussões com seu congênere sírio. Os dois deverão fazer um anúncio oficial sobre o início das relações diplomáticas.

A aproximação diplomática entre os dois países foi elogiada por um líder cristão libanês que foi, durante muito tempo, crítico da presença síria no Líbano. Ao falar durante visita ao Cairo, Samir Geagea expressou esperanças de que os laços diplomáticos "serão o início de outros passos necessários, especialmente os que envolvem os libaneses detidos ou desaparecidos nas prisões sírias, e mais importante ainda é a demarcação das fronteiras".

O estabelecimento das relações diplomáticas com o Líbano poderá ajudar a Síria na sua tentativa de construir a confiança com o Ocidente, enquanto mantém conversações indiretas de paz com Israel, mediadas pela Turquia.

Em Jerusalém, um funcionário do Ministério do Exterior de Israel disse que cada passo que contribui para a paz no Oriente Médio é bem-vindo. "Nós esperamos que esse primeiro passo seja seguido pelo cumprimento, da parte da Síria, das obrigações internacionais de Damasco", falou o funcionário sob anonimato. "Em primeiro lugar, a Síria precisa cessar totalmente o apoio que dá a grupos terroristas e ao Hezbollah", ele disse. O grupo xiita libanês Hezbollah é considerado terrorista por Israel e pelos Estados Unidos. A Síria ainda tem ligações com o movimento

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, disse que o anúncio desta terça é um "passo positivo" mas notou que questões importantes ainda existem entre Síria e Líbano, como a demarcação da fronteira entre os dois países. As informações são da Associated Press.

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