Imagem distribuída pela agência de notícias Sana mostra prédios danificados pelos conflitos de ontem, perto de Damasco| Foto: Sana Handout/Reuters

50 mil mortes foram registradas na Síria desde o início do levante popular contra o regime de Bashar Assad, em março de 2011. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, destes, 34.942 mil eram civis.

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Em reunião ontem, Netanyahu mencionou as ameaças da Síria e do Irã
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Confrontos foram registrados neste domingo entre rebeldes e tropas do governo perto de uma estação de trem em Damasco, após aviões do regime de Assad bombardearem redutos insurgentes ao leste da capital. O conflito começou na região de Port Said e se espalhou para o terminal de trem de Qadam. A batalha levou ao fechamento de uma importante rodovia que passa pela região e liga Damasco à província de Daraa.

Já nos subúrbios de Damas­co, aeronaves do governo lançaram ataques à região de Ghuta Oriental, com foco na cidade de Shebaa. Rebeldes e soldados também entraram em confronto em um depósito de veículos militares localizado entre Irbin e Harasta. Também foi bombardeada a cidade de Beit Saham, no sudeste do país, que fica perto da estrada que leva ao Aeroporto Internacional de Damasco.

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No sábado, 127 pessoas foram mortas na Síria, sendo 55 civis, 44 rebeldes e 28 soldados. Um grupo de defesa dos direitos humanos disse ontem que o levante popular na Síria, iniciado em março de 2011, já deixou mais de 50 mil mortos. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, sediado em Londres, entre os 50.009 mortos estão 34.942 civis, sendo que quase 8 mil aderiram à luta armada contra o regime de Bashar Assad. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que até 60 mil pessoas tenham morrido no país.

De acordo com as contas do Observatório Sírio, 1.619 mortos eram soldados desertores e outros 12.283 eram integrantes das forças de segurança do governo. Outras 1.165 mortes não tiveram sua origem identificada. A entidade colhe informações de uma rede de ativistas, advogados e médicos em hospitais civis e militares em toda a Síria.

Entre os civis mortos, 3.679 tinham menos de 18 anos e 2.120 eram mulheres. "Esses números não incluem prisioneiros desaparecidos, estimados em milhares; nem integrantes da milícia pró-governo shabiha; nem centenas de estrangeiros, cujas mortes são notificadas nos seus próprios países; nem informantes do regime", diz o diretor do Observatório Sírio, Rami Abdel Rahman

Neste domingo a subsecretaria-geral para Assuntos Humanitários e coordenadora de Ajuda Emergencial da ONU, Valerie Amos, chegou a Damasco, segundo noticiou a agência estatal de notícias da China, a Xinhua. Durante sua visita de dois dias, ela deve se encontrar com autoridades do Ministério de Relações Exteriores.

Recentemente a ONU informou que cerca de 4 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária urgente, enquanto 2 milhões tiveram de deixar suas casas, mas permanecem no país.

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AlertaIsrael pode lançar ataque preventivo contra arsenal químico sírio

Agência Estado

Israel alertou ontem que pode lançar um ataque preventivo para evitar que armas químicas da Síria cheguem até o Hezbollah, no Líbano, ou até grupos inspirados pela Al-Qaeda. Os militares de Israel deslocaram sistemas de defesa para uma importante cidade no norte do país e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou para ameaças tanto da Síria quanto do Irã.

Israel teme que o presidente sírio Bashar Assad, que tenta se manter no poder após 22 meses de guerra civil, perca o controle sobre suas armas químicas. O vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom, disse que as principais autoridades de segurança realizaram uma reunião na semana passada para discutir o arsenal de armas químicas da Síria. Em entrevista à rádio do exército, Shalom disse que a transferência de armas para grupos violentos, principalmente o Hezbollah, alteraria todo o panorama na região.

Questionado sobre a possibilidade de um ataque preventivo, Shalom disse que "teremos de tomar as decisões".

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Israel não tem se envolvido na guerra civil na Síria, mas teme que a violência se espalhe através da fronteira ao norte do país. A bateria antimíssil conhecida como Domo de Ferro foi deslocada ontem para a cidade de Haifa, mas os militares classificaram a manobra como "rotina".

Yisrael Hasson, parlamentar israelense e ex-membro da agência de inteligência Shin Bet, disse que Israel está monitorando os acontecimentos na Síria para garantir que armas químicas não caiam nas mãos erradas.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, mencionou as ameaças da Síria e do Irã em uma reunião ontem. O Irã é o principal aliado da Síria na região. "Precisamos olhar à nossa volta, ao que está acontecendo no Irã e com seus aliados, e ao que está acontecendo em outras áreas, com as armas letais na Síria, que está cada vez mais se esfacelando", alertou Netanyahu.