Diante das evidências de que forças de seguranças da Síria torturaram um garoto de 13 anos, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou ontem que a capacidade de negociação do regime de Damasco está "em colapso total". O caso revelado pelos jornais The New York Times e The Washington Post, acusou Hillary, demonstraria a incapacidade do governo sírio de dialogar com a oposição, que exige reformas democráticas. As declarações de ontem foram as mais duras de um integrante do alto escalão de Washington contra Damasco desde o início da onda de protestos, há mais de dois meses.
Um vídeo colocado na internet exibe o corpo do garoto sírio, preso durante um protesto no dia 29, duramente marcado com ferimentos que teriam sido provocados por tortura. A pele do menino tem várias marcas de brasas de cigarro, além de ferimentos, e a genitália do garoto foi arrancada.
Os restos mortais da criança, identificada como Hamza Ali al-Khateeb, teriam sido devolvidos à sua família. Segundo a rede CNN, parentes do garoto teriam assinado um termo em que se comprometiam a não revelar informações sobre a vítima. No entanto, ao ver o estado do corpo da criança, a família registrou um vídeo - que foi parar na rede Al-Jazira.
Em meio à pressão externa, o governo sírio libertou ontem centenas de pessoas detidas em protestos e prometeu investigar o vídeo do garoto supostamente torturado. De início, porém, Damasco havia afirmado que o corpo estava "em decomposição". Em seguida, disse que as imagens eram "apenas propaganda", até que ontem admitiu investigar o caso. A Síria também prometeu formar um comitê de diálogo com a oposição.
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