O regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, exortou nesta quarta-feira os cidadãos do país a votar em massa nas eleições municipais a serem realizadas na próxima segunda-feira. Enquanto isso, a repressão aos dissidentes não dá sinais de que vá arrefecer.
"O dia 12 de dezembro é um momento importante. Todos os cidadãos devem fazer parte das eleições municipais e votar em candidatos que eles consideram os mais capazes de defender o interesse público", escreveu o Al-Batth, jornal do partido governista, que está no poder desde 1963. Segunda-feira "é um dia crucial e um importante passo no caminho da descentralização e da democracia" acrescentou o periódico, reforçando que as eleições são uma oportunidade para os sírios "participarem das tomadas de decisões e construírem a nação".
"Estamos em um processo de trabalho durante o qual cada um deve redobrar seus esforços, para que a Síria continue a ser uma fortaleza de resistência e unidade nacional", disse o jornal. Uma tinta especial que não se pode apagar vai ser usada pela primeira vez nas eleições locais "a fim de evitar qualquer fraude", afirmou Omar Ghalawanji, ministro sírio da administração local.
Enquanto isso, conflitos entre o exército e um grupo de desertores abalou a cidade de Saraqeb, na província de Idlib, próximo à fronteira com a Turquia, disseram grupos de direitos humanos. "Um veículo carregando tropas do exército foi destruído", disse o Observatório Sírio para Direitos Humanos, um centro baseado no Reino Unido.
Também em Idlib, "forças militares invadiram casas e prenderam três militantes", nas proximidades de Saraqeb, enquanto "cerca de 50 veículos armados, dentre eles tanques e transportadores de tropas, ficaram sob ataque na vila de al-Rami", de acordo com o Observatório.
Ativistas alegam que mais de cem pessoas morreram na Síria desde sábado e a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que pelo menos quatro mil morreram desde março, mês em que os protestos contra o regime tiveram início. Assad questionou, em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira, os métodos usados pela ONU e negou ter ordenado a morte de manifestantes, dizendo que só uma "pessoa insana" faria isso. As informações são da Dow Jones.
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