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conflito

Síria inicia retirada de civis do sitiado centro de Homs

A Síria retirou três ônibus com civis de uma área sitiada de Homs nesta sexta-feira (7), a primeira etapa de um cessar-fogo humanitário de três dias numa das cidades que mais sofreu com a destruição dos três anos de guerra civil no país.

Os ônibus com dezenas de pessoas, acompanhados por autoridades do Crescente Vermelho na Síria, chegaram num ponto de encontro fora de Homs vigiado por soldados e policiais.

O acordo é o primeiro resultado positivo das negociações de paz que foram iniciadas há duas semanas entre o governo e a oposição e que serão retomadas na segunda-feira em Genebra, com poucas chances de resolver as diferenças por trás da guerra que já matou 130 mil pessoas.

Pelo acordo de Homs, mulheres, crianças e idosos têm permissão para deixar a cidade, que está cercada pelas forças do presidente Bashar al-Assad há um ano e meio, e ajuda humanitária será enviada para os que ficam.

O Programa Mundial de Alimentos afirmou ter caminhões prontos para levar no sábado comida para um mês para um número estimado de 2.500 pessoas famintas e mal nutridas, que há meses não têm como sair da região central da cidade controlada pelos rebeldes.

Autoridades sírias e organizações humanitárias disseram esperar que cerca de 200 pessoas deixem as áreas controladas pelos rebeldes. Até a tarde desta sexta, 80 haviam sido retiradas, disse um representante da Organização das Nações Unidas para a TV síria.

As autoridades sírias anunciaram que as pessoas retiradas teriam tratamento médico e abrigo.

Moscou, que tem apoiado e armado Assad, celebrou o acordo de Homs como um "entendimento marcante", mas autoridades ocidentais foram mais céticas, dizendo que a Síria tem uma obrigação incondicional com os civis, e que o acordo não deveria ter exigido semanas de negociações.

Os rebeldes rejeitaram no passado ofertas para retirar mulheres e crianças, preocupados com o que poderia acontecer com os homens, entre eles combatentes, que ficassem no lugar. Dezenas de homens foram presos e desapareceram depois de um acordo semelhante no ano passado no oeste de Damasco.

Havia diferentes relatos sobre o lugar para onde seriam levadas as pessoas retiradas. Autoridades disseram que elas poderiam escolher o seu destino, mas um ativista em Homs afirmou que elas seriam levadas para Al-Waar, uma área ao noroeste da cidade.

"Estamos muito preocupados que algumas dessas pessoas que chegarão a Waar hoje sejam presas pelo regime mais tarde", disse Hassan Abuzain, via Skype.

"Na noite passada o regime bombardeou Homs e nesta manhã bombardeou Waar".

O ativista disse que um homem que se aproximou do primeiro ônibus que iria retirar as pessoas foi atingido e ferido por um atirador, acusando as forças de Assad pelo ataque. Autoridades não comentaram o fato. Elas têm acusado os rebeles de atirar contra comboios humanitários.

Imagens da TV de um dos ônibus mostraram aparentemente vários buracos de bala na traseira do veículo, mas não ficou claro quando teria ocorrido o dano.

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