Refugiados
Mais de 10 mil já fugiram
A Turquia teria recebido quase sete mil sírios refugiados do conflito na Síria, e o Líbano, cerca de cinco mil. A repressão pode ser ainda ampliada agora que Damasco passou a enviar tanques à fronteira, invadindo vilas de civis.
Além disso, cada vez mais deserções ocorrem entre militares do país. Um soldado contou: "Vi todos os feridos e mortos e ofereci ajuda aos que transportavam os feridos de carro para o outro lado da fronteira". O governo síro é acusado de ter executado 120 militares que se recusaram a disparar contra a população em Jisr al-Shughour, foco de protestos que foi silenciado.
O Exército sírio avançou neste sábado em sua ofensiva contra os manifestantes da oposição e invadiu com tanques uma aldeia síria na fronteira com a Turquia. Moradores e ativistas de direitos humanos dizem que as tropas dispararam indiscriminadamente contra a população.
Os chamados Comitês de Coordenação Locais na Síria informaram pelo site Facebook que os soldados entraram de manhã no município de Badama, próximo à fronteira com a Turquia, e abriram fogo indiscriminadamente contra várias casas.
O grupo acrescentou que os militares, apoiados por seis carros de combate, dez ônibus dos serviços de segurança e dez veículos 4x4, impuseram um cerco total no povoado, situado na província de Idleb.A rede opositora Sham y Newroz destacou que há "intensos disparos" cada vez que o Exército, os serviços de segurança e os "shabiha" (pistoleiros) entram nas aldeias sírias na fronteira com o território turco.
Segundo o grupo, os feridos são transferidos para o lado turco da fronteira.
Saria Hammouda, advogado que vive em Badama, disse que as tropas sírias queimaram ainda várias casas do vilarejo e prenderam dezenas de moradores.
Badama é um dos principais centros de fornecimento de alimentos e suprimentos para os mais de 10 mil refugiados sírios que fugiram da violência para acampamentos de refugiados no lado turco.
As informações não foram confirmadas pelo regime sírio e não puderam ser checadas de maneira independente, já que o governo do ditador Bashar Assad mantém ferrenho controle da imprensa e expulsou inúmeros jornalistas internacionais.
Desde meados de março, a Síria vem sendo palco de revoltas populares que pedem a introdução de reformas políticas e a queda do regime, que por sua vez acusa grupos armados e uma grande conspiração internacional de estarem por trás dos protestos.
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