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Revolta árabe

Síria libera novos partidos, mas mantém a repressão

A história recente da Síria é marcada por turbulências e ausência de democracia |
A história recente da Síria é marcada por turbulências e ausência de democracia (Foto: )
Campo de refugiados da Síria na Turquia. Confrontos entre rebeldes e forças do governo obrigaram milhares de sírios a deixarem o país para escapar da violência |

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Campo de refugiados da Síria na Turquia. Confrontos entre rebeldes e forças do governo obrigaram milhares de sírios a deixarem o país para escapar da violência

Forças de segurança sírias teriam matado mais de cem pessoas na ci­­dade rebelde de Hama nos últimos dois dias, segundo o jornal The New York Times, que ouviu ativistas de direitos humanos na região. Com a nova contagem, o nú­­mero de mortos na cidade desde o massacre de domingo poderia ultrapassar os 250. Muitos estariam sendo enterrados em parques públicos, de acordo com os Comitês de Coordenação Local, organização dos rebeldes.O anúncio de mais mortes se deu no dia em que o ditador Ba­­shar Assad promulgou um decreto autorizando o multipartidarismo, uma das principais reivindicações dos opositores. O texto es­­tabelece as condições de criação e funcionamento de formações po­­líticas, que existirão à sombra do Baath, de Assad.

Pelo decreto, os novos partidos não poderão ter por base princípios religiosos ou núcleos tribais nem ter ligações com organizações estrangeiras. Também não deverão ter braços militares e precisam dispor de "objetivos definidos" e "fontes de financiamento claras".

Para o chanceler francês, Alain Juppé, o texto de autorização do multipartidarismo é uma "quase provocação" diante da contínua repressão.

Sanções

O Tesouro americano anunciou ter incluído o empresário e congressista ligado a Assad Muham­­mad Hamsho e a sua empresa, Hamsho International Group, na lista das sanções, que já tem mais de 20 nomes.

A medida, contudo, não atende ao apelo de senadores americanos que exigem restrições contra o setor de gás e petróleo da Síria.

Representantes da União Eu­­ro­­peia também concordaram em ampliar sanções, mas sem incluir os setores petrolífero e bancário do país.

Quatro organizações humanitárias, entre elas a Anistia Interna­­cional e a Human Rights Watch, enviaram cartas às chancelarias de Brasil, Índia e África do Sul pe­­dindo que pressionem Assad para pôr fim ao "uso letal da violência".

O pesquisador do centro de estudos Council on Foreign Af­­fairs Elliot Abrams criticou a reticência do Brasil em aprovar uma re­­solução contra a Síria no Conselho de Segurança. "A falha de novas democracias co­­mo o Brasil em avançar em questões como essa é muito decepcionante", disse.

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