Advertência
Assad leva a um "caminho perigoso", dizem EUA
O presidente sírio Bashar Assad conduz seu país e o Oriente Médio por "um caminho perigoso", advertiu ontem a Casa Branca, endurecendo um pouco mais o tom após a brutal repressão conduzida contra os opositores.
A Síria "seria um lugar melhor" sem Assad, declarou o porta-voz de Barack Obama, Jay Carney, acrescentando que muitas pessoas, na Síria e em outras partes do mundo, planejam um futuro sem o líder sírio.
Washington parece avançar em direção a uma primeira convocação para Assad deixar o poder, um passo que até agora resistiu a dar, e prepara uma nova rodada de sanções contra seu regime após a escalada de violência na cidade de Hama.
"Ficou muito claro em todo o mundo que as ações de Assad colocam a Síria e a região em um caminho muito perigoso", disse Carney.
Forças de segurança sírias teriam matado mais de cem pessoas na cidade rebelde de Hama nos últimos dois dias, segundo o jornal The New York Times, que ouviu ativistas de direitos humanos na região. Com a nova contagem, o número de mortos na cidade desde o massacre de domingo poderia ultrapassar os 250. Muitos estariam sendo enterrados em parques públicos, de acordo com os Comitês de Coordenação Local, organização dos rebeldes.O anúncio de mais mortes se deu no dia em que o ditador Bashar Assad promulgou um decreto autorizando o multipartidarismo, uma das principais reivindicações dos opositores. O texto estabelece as condições de criação e funcionamento de formações políticas, que existirão à sombra do Baath, de Assad.
Pelo decreto, os novos partidos não poderão ter por base princípios religiosos ou núcleos tribais nem ter ligações com organizações estrangeiras. Também não deverão ter braços militares e precisam dispor de "objetivos definidos" e "fontes de financiamento claras".
Para o chanceler francês, Alain Juppé, o texto de autorização do multipartidarismo é uma "quase provocação" diante da contínua repressão.
Sanções
O Tesouro americano anunciou ter incluído o empresário e congressista ligado a Assad Muhammad Hamsho e a sua empresa, Hamsho International Group, na lista das sanções, que já tem mais de 20 nomes.
A medida, contudo, não atende ao apelo de senadores americanos que exigem restrições contra o setor de gás e petróleo da Síria.
Representantes da União Europeia também concordaram em ampliar sanções, mas sem incluir os setores petrolífero e bancário do país.
Quatro organizações humanitárias, entre elas a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, enviaram cartas às chancelarias de Brasil, Índia e África do Sul pedindo que pressionem Assad para pôr fim ao "uso letal da violência".
O pesquisador do centro de estudos Council on Foreign Affairs Elliot Abrams criticou a reticência do Brasil em aprovar uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança. "A falha de novas democracias como o Brasil em avançar em questões como essa é muito decepcionante", disse.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas