Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Revolta árabe

Síria proíbe a Cruz Vermelha de levar ajuda a bairro sitiado

O governo sírio barrou a entrada de um comboio humanitário da Cruz Vermelha no devastado distrito de Baba Amro, da cidade de Homs, que há quase um mês está sob bombardeio. O presidente do Comitê Internacional da Cruz Ver­­melha, Jakob Kellenberger, qualificou o atraso na ajuda hu­­manitária de "inaceitável".

Segundo relatos não confirmados, soldados realizaram execuções sumárias e buscas em Ba­­ba Amro.

Não está claro por que o Exér­­cito barrou a ajuda. Um dia an­­tes, o governo havia prometido autorizar sua entrada. O atraso levou opositores a acusar o regime de tentar ocultar indícios de execuções.

Na quinta-feira, uma ofensiva do regime obrigou as forças do Exército Livre da Síria (ELS) a abandonar o bairro, que nas últimas semanas tornara-se o principal reduto da oposição na cidade.

"As baixas civis foram claramente pesadas. Nós continuamos a receber relatos terríveis de execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Segundo Kellenberger, o comboio com sete caminhões da Cruz Vermelha e ambulâncias do Cres­­cente Vermelho (versão síria da organização) foi enviado de ma­­nhã e esperou o dia inteiro para entrar.

"Ficaremos esta noite em Homs na esperança de entrar em Baba Amro muito em breve", disse, em comunicado.

Nesta semana, a ONU atualizou para 7.500 o número de mortos pelas forças de segurança desde o início da revolta, há quase um ano. Ativistas relatam que ao menos 35 sírios morreram on­­tem.

Sinais de impaciência com o regime começam a surgir até da Rússia, um dos países mais relutantes em aumentar a pressão a Damasco. "Não temos uma relação especial com a Síria", disse o premiê Vladimir Putin, negando-se a prever o tempo que resta a Assad.

Embaixada

A França fechou sua embaixada na Síria com o objetivo de denunciar o "escândalo da repressão" por parte do regime de Bashar Assad contra sua população. "Jun­­to com o ministro das Relações Exteriores Alain Juppé tomamos a decisão de fechar nossa embaixada na Síria", declarou o presidente Nicolas Sarkozy.

"É um escândalo, são mais de 8 mil mortos, sendo centenas de crianças, e a cidade de Homs está ameaçada de ser riscada do mapa, é algo totalmente inaceitável", insistiu.

Apesar da situação crítica, as potências ocidentais têm descartado uma intervenção militar, como a que ocorreu na Líbia. A Arábia Saudita e outros países árabes defendem a intervenção e a entrega de armas aos oposicionistas.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.