O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes da oposição, anunciou nesta terça-feira (8) que lançou uma campanha entre os países árabes para exigir medidas severas contra o regime de Damasco, em um dia em que a violência deixou 17 mortos, sendo oito militantes e nove civis.
"O CNS iniciou uma ação política para pedir aos Estados-membros da Liga Árabe que adotem uma posição firme e eficaz contra o regime sírio, por conta dos perigosos eventos na Síria", afirmou o Conselho em um comunicado publicado nesta terça-feira.
O CNS pede também que o Tribunal Penal Internacional inicie ações contra o regime por violação aos direitos humanos e "genocídio" e chamou a apoiar os esforços da ONU para garantir a proteção da população civil na Síria, na cidade de Homs (centro) em particular.
"A brutal repressão dos manifestantes na Síria custou a vida até agora de mais de 3.500 pessoas", afirmou por sua vez Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OACDH).
Desde que o regime de Damasco aceitou em 2 de novembro um plano da Liga Árabe para colocar fim à violência, "mais de 60 pessoas morreram por disparos de militares e das forças de segurança, 19 apenas no domingo, dia da grande festa muçulmana do Aid al Adha", afirmou.
Nesta terça-feira, 17 pessoas (oito soldados e nove civis, dos quais uma criança) morreram, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Dois civis, entre eles uma criança, morreram quando o exército sírio realizava operações em Homs (centro), importante foco de protestos cercado há seis dias. "Os soldados entram nas residências para prender pessoas procuradas" pelos serviços de segurança, segundo a OSDH.
Outros quatro civis morreram nesta terça-feira por tiros disparados pelas forças de segurança na região de Idleb (noroeste), perto da fronteira turca, segundo o OSDH.
Em Hama, ao norte de Homs, três civis morreram por disparos das forças de segurança, completou o observatório.
Na região de Idleb, ao sul da cidade de Maaret al Nomán, oito militares e agentes de segurança morreram em uma emboscada feita por supostos desertores. Os ataques armados de supostos desertores contra o exército se multiplicaram nas últimas semanas.