O número de crianças sírias afetadas pela guerra civil no país dobrou no último ano, para pelo menos 5,5 milhões, mais da metade das crianças da Síria, com efeitos devastadores sobre a saúde, educação e o bem-estar psicológico de uma geração inteira afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira (11).
O conflito, que este mês entra no seu quarto ano, provocou intenso sofrimento em todos os segmentos da sociedade síria, mas o impacto sobre as crianças têm sido especialmente agudo, de acordo com relatório divulgado pelo órgão. Segundo a Unicef, a desnutrição e as doenças atrofiam o crescimento, a falta de oportunidades de aprendizagem tira dos trilhos a educação e o trauma sangrento da guerra deixa profundas cicatrizes psicológicas nas crianças. "Depois de três anos de conflito e turbulência, a Síria é agora um dos lugares mais perigosos do mundo para ser uma criança", disse a agência, assinalando que existe um sério risco de geração perdida.
No relatório, a Unicef salienta que mais de 10 mil crianças foram mortas no conflito sírio. Os traumas relativos à guerra deixaram 2 milhões de crianças com necessidade de apoio ou tratamento psicológico. Quase 3 milhões de crianças foram deslocadas dentro da Síria e 1,2 milhão de crianças abandonaram o país e agora vivem como refugiadas.
Quase metade das crianças em idade escolar da Síria - pelo menos 2,8 milhões - não consegue ter acesso à educação por causa da devastação e violência. Além da impossibilidade de estudar, muitas são forçadas a crescer rápido: uma em cada 10 crianças refugiadas está agora trabalhando, enquanto uma em cada cinco meninas sírias na Jordânia foi forçada a um casamento precoce.
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