Dezenas de milhares de sírios desafiaram a enorme operação de segurança do governo e encheram as ruas de Damasco e de outras cidades do país hoje, afirmando que o movimento está unido e exigindo a queda do governo do presidente Bashar al-Assad.
Há relatos de que as forças de segurança abriram fogo, mas ainda não há informações sobre mortos ou feridos. O chamado de união ocorre após uma semana de confrontos sectários na cidade de Homs região central do país, ocorrência preocupante na sociedade religiosamente mista da Síria. A oposição tem sido cuidadosa ao apresentar seu movimento como livre de questões sectárias.
O levante tem registrado crescimento constante há mais de quatro meses, representando a maior ameaça às quatro décadas de governo da família Assad. Na sexta-feira da semana passada, centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas do país, o maior número de manifestantes registrado.
As forças de segurança sírias mataram 32 pessoas na sexta-feira passada, metade delas na capital, informaram ativistas. Num aparente esforço para evitar episódios como esse, o governo enviou uma grande quantidade de forças de segurança para a ruas de Damasco já durante a madrugada de hoje, retirando pessoas de suas casas e estabelecendo postos de verificação.
Ainda assim, disseram ativistas, milhares de pessoas realizaram protestos nos bairros de Midan e Hajar al-Aswad, na capital. Soldados e forças de segurança se espalharam pelos bairros de Qaboun e Rukneddine. "Eles estão cercando Qaboun por todos os lados e cortaram as linhas telefônicas fixas e de celulares", disse um ativista à Associated Press, pedindo anonimato.
Dezenas de milhares foram para as ruas na província de Idlib, no norte, na região leste de Deir ez-Zour e no sul da Síria. Na última semana, os militares também lançaram uma grande repressão contra Homs, cidade da região central que está no centro do levante. Homs, que fica a cerca de 160 quilômetros de Damasco, tem registrado a violência mais intensa na medida em que o governo tenta conter a revolta.