Milhares de sírios protestaram nesta sexta-feira (13) em todo o país para demonstrar seu apoio aos militares desertores e expressar seu ódio pelo regime, apesar da repressão implacável fazer mais dez mortos.
As forças de segurança mataram, nesta sexta-feira dez pessoas: cinco em Homs (centro), duas em Damir (perto de Damasco), outra em Kefer Nebel (noroeste), uma na região de Alepo (norte) e um adolescente de 17 anos em Hama (centro), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, oposição).
A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, adotou uma postura mais dura em relação ao Ocidente, rejeitando qualquer ação contra seu poder.
Na região de Idleb (noroeste), cerca de 20 mil manifestantes exigiram a queda do regime e o mesmo fizeram outros 15.000 manifestantes em Duma, perto de Damasco, onde "houve enfrentamentos pela manhã entre agentes de segurança e desertores", segundo o OSDH.
Milhares de outras saíram às ruas de Palmira, província de Homs, onde dois civis ficaram feridos por um tiro de foguete, informou o OSDH.
Em Deir Ezzor (leste), Deraa (sul) e na periferia de Damasco, as forças de segurança atiraram para dispersar manifestantes, segundo o OSDH e os Comitês Locais de Coordenação (LCC).
Na quarta-feira (12), Riad al-Assaad, chefe do Exército Sírio Livre, e Burhan Ghalioun, líder do Conselho Nacional Sírio (CNS, oposição), se reuniram para organizar uma ação conjunta.
Várias outras manifestações foram organizadas em homenagem ao jornalista francês Gilles Jacquier, morto na quarta-feira em Homs, enquanto fazia uma reportagem.
Jacquier foi o primeiro jornalista ocidental assassinado na Síria desde o início da revolta popular, em meados de março. Nenhuma testemunha soube informar se a granada que matou o jornalista foi lançada por um rebelde ou pelo exército.
O Ministério Público de Paris abriu uma investigação, enquanto a presidência francesa suspeita de "uma manipulação" por parte das autoridades sírias, segundo o jornal Le Figaro.
Esta sexta-feira será mais um dia de teste para os observadores árabes, criticados por sua incapacidade de acabar com o derramamento de sangue na Síria.
O líder desta missão da Liga Árabe, Adnane Khodeir, declarou que "equipes suplementares de observadores, recém-chegadas na Síria, serão enviadas para missões nos próximos dias" munidas "de equipamentos".
A violência continua na Síria, apesar da presença desde 26 de dezembro de observadores árabes encarregados de supervisionar a aplicação de um plano de saída para a crise. Nas próximas 48 horas chegarão mais observadores, anunciou a Liga Árabe.
A missão de observadores já perdeu dois membros que se retiraram por razões "pessoas ou médicas", segundo a Liga Árabe. Um dos dois, o argelino Anuar Malek, afirmou que renunciou para protestar contra "os crimes em série" do regime.
Opositores sírios julgaram a missão "decepcionante", temendo que seu fracasso abra caminho para uma ingerência estrangeira. Um novo relatório sobre a missão é esperado para o dia 19 de janeiro.
No campo diplomático, o premier britânico, David Cameron, disse estar disposto a "submeter uma nova resolução" ao Conselho de Segurança da ONU para condenar a repressão, a qual se basearia no "que diz e faz a Liga Árabe".
Em Moscou, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, criticou as alterações ocidentais ao projeto de resolução russo na ONU sobre a Síria.
Em dois discursos no início desta semana, Assad prometeu acabar com a rebelião e citou mais uma vez uma teoria da conspiração internacional.
De acordo com a ONU, mais de 5 mil pessoas morreram na repressão em 10 meses, e mais de 400 desde o início da missão árabe na Síria.
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