Forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, atiraram contra manifestantes depois das orações desta sexta-feira e mataram ao menos três pessoas no leste e no sul do país, depois que novos protestos irromperam contra o regime inspirados na queda de Muamar Kadafi na Líbia.
Assad colocou tanques e tropas nas ruas para reprimir a insurgência que já dura seis meses contra seu governo autocrático. Grupos de direitos humanos dizem que mais de 2.200 civis morreram no país.
Um morador de Deir al-Zor disse que forças de segurança abriram fogo para dispersar um protesto nesta sexta-feira, matando duas pessoas. Os mortos teriam 26 e 22 anos.
"Houve tiros na rua Kanama, perto do café Jandol, e uma van branca de segurança pegou os corpos", disse o morador.
Outro jovem foi levado a um hospital com ferimentos graves causados pelos disparos das forças de segurança, afirmou ele.
Em Nawa, uma cidade no sul onde tem acontecido protestos regulares, moradores e ativistas disseram que um manifestante foi morto depois que forças do governo abriram fogo contra uma manifestação que teve início na saída de uma mesquita.
A TV estatal informou que dois homens armados foram mortos em Dei al-Zor, capital de uma província tribal na fronteira com o Iraque, após terem aberto fogo na direção de um posto de checagem do governo, ferindo três agentes de segurança.
Outros ativistas e moradores informaram que houve protestos em diversas cidades, muitas das quais foram invadidas por tanques, desde a província de Deir al-Zor, no leste, a Deraa, no sul, e a província de Idlib, no noroeste.
Segundo as fontes, manifestações também ocorreram em grandes cidades como Hama e Homs, localizadas na principal rodovia que vai à Turquia, e em distritos na capital Damasco.
"Kadafi se foi, é sua vez, Bashar!", gritavam manifestantes na cidade de Hirak, a nordeste de Deraa, inspirados pela aparente derrubada do líder líbio por rebeldes nesta semana, disseram testemunhas por telefone.
O governo sírio afirma que "grupos terroristas" são responsáveis pela violência nas ruas nos últimos meses e diz que deseja restaurar a ordem. As autoridades expulsaram a maioria dos jornalistas estrangeiros, o que torna muito difícil verificar as informações no país.