Milhares de sírios tomaram hoje as ruas de cidades pelo país para protestar por reformas, desafiando as forças de segurança, que entraram em conflitos com os manifestantes. Houve confrontos em que a polícia usou gás lacrimogêneo e cassetetes contra os civis em várias cidades, incluindo Deraa e Latakia, segundo testemunhas que divulgaram relatos nos sites Facebook e Twitter, informa o jornal The Wall Street Journal.
Agentes de segurança à paisana ocuparam as principais praças de Damasco para intimidar e evitar que moradores participassem dos protestos, segundo testemunhas.
A minoria curda síria, geralmente marginalizada, uniu-se aos protestos hoje nas cidades de Qamishli, Amouda e Derbasiya. A informação sugere que as manifestações estão se disseminando das grandes cidades para outras, menores, superando ainda as divisões sectárias.
Ativistas convocaram hoje manifestações pelo país, em reação ao discurso do presidente Bashar al-Assad na quarta-feira. Assad não falou sobre planos concretos para reformas no país, mas chamou os manifestantes de traidores e culpou forças estrangeiras pelos protestos, que duram quase duas semanas. Segundo ele, o governo realizará reformas, mas no seu próprio ritmo, para que elas ocorram apropriadamente, e não por pressão da oposição.
Assad ordenou ontem que um comitê investigue as mortes de civis em meio aos distúrbios - estimadas em mais de 60. Esse comitê também deve ajudar o governo a avaliar se é possível acabar com a lei de emergência no país, vigente desde 1963. Porém muitos sírios creem que o governo não cumprirá suas promessas e querem mudanças significativas rápido.
"Nós não voltaremos para nossas casas antes de alcançar todas nossas demandas. Nós protestaremos por dias e mesmo por semanas" afirmou uma mensagem de um ativista postada na internet, na página do Facebook Revolução Síria 2011, uma área virtual na qual são organizados os protestos.