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Sírios vão às ruas para celebrar ‘contra-ataque’ de Assad a mísseis 

Manifestantes palestinos colocam calçados sobre a cabeça de um boneco que representa o presidente dos EUA, Donald Trump | JAAFAR ASHTIYEH/AFP
Manifestantes palestinos colocam calçados sobre a cabeça de um boneco que representa o presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: JAAFAR ASHTIYEH/AFP)

Centenas de sírios se reuniram nas principais praças de Damasco, capital do país, neste sábado (14), para buzinar, exibir sinais de vitória e acenar com bandeiras sírias, numa celebração à reação do exército aos ataques aéreos dos Estados Unidos, França e Reino Unido.  

Poucas horas antes do nascer do sol, explosões barulhentas sacudiram Damasco e o céu ficou laranja quando unidades de defesa aérea síria dispararam mísseis em resposta a três ondas de ataques militares destinados a punir o presidente Bashar Assad por seu suposto uso de armas químicas.

De longe, os mísseis americanos que atingiram os subúrbios da capital soaram como trovões. Logo após o término do ataque de uma hora, veículos com alto-falantes percorriam as ruas de Damasco tocando canções nacionalistas. "Boas almas não serão humilhadas", publicou no Twitter a presidência da Síria, após o início dos ataques aéreos.  

Imediatamente após o ataque, centenas de moradores se reuniram na praça Omayyad, em Damasco, celebrando o que eles disseram ser o sucesso do exército em abater ou descarrilar alguns dos mísseis. Muitos acenaram bandeiras sírias, russas e iranianas. Alguns bateram palmas e dançaram, outros dirigiram em comboios, buzinando.  

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"Não temos medo dos mísseis americanos. Nós humilhamos seus mísseis", disse Mahmoud Ibrahim, com metade do corpo pendurado do lado de fora da janela do carro, acenando uma bandeira síria. A multidão então se mudou para a vizinha Universidade de Damasco, onde os combatentes pró-governo dançaram, agitando seus rifles automáticos sobre suas cabeças.  

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite de sexta-feira (13) que os três aliados haviam lançado ataques militares para punir Assad por suposta utilização de armas químicas e para impedi-lo de fazê-lo novamente. Trump disse que Washington está preparada para "sustentar" a pressão sobre Assad até que ele termine o que o presidente definiu como um padrão criminoso de matar seu próprio povo com armas químicas internacionalmente proibidas.  

O governo sírio negou repetidamente qualquer uso de armas proibidas. Uma equipe de inspeção do órgão internacional de fiscalização de armas químicas estava em Damasco e esperava-se que ela fosse para a cidade de Douma no sábado, cenário do suposto ataque com armas químicas.  

Mohammad Alloush, porta-voz do grupo rebelde Exército do Islã, classificou os ataques aéreos como uma "farsa" em uma publicação no Twitter. Nasr al-Hariri, um líder da oposição, disse que os sírios precisam de uma estratégia que leve a uma solução política para "salvá-la da brutalidade do regime sírio".  

Ataque

O ataque começou às 4 da manhã no horário local, com mísseis atingindo os subúrbios a leste de Damasco. O céu parecia alaranjado sobre o leste de Damasco, aparentemente como resultado de incêndios. A TV síria chamou os ataques de "flagrante violação do direito internacional e demonstra desprezo pela legitimidade internacional".  

O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse que não houve relatos de perdas dos EUA durante os ataques aéreos iniciais. "Neste momento, este é um tiro de uma só vez", disse ele, embora não tenha descartado novos ataques. Ele afirmou que os ataques aéreos foram lançados contra vários lugares que ajudaram a fornecer a capacidade de Assad de criar armas químicas.  

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que a "escalada química" na Síria não é aceitável porque violou as regras da guerra e da humanidade e afirmou que a operação militar conjunta na Síria é legítima.

Com informações da Associated Press.

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