Pré-candidato Mitt Romney fala para eleitores na noite do caucus realizado em Iowa, na última terça-feira| Foto: Brian Snyder / Reuters

Candidatos

Conheça os políticos que almejam disputar a eleição presidencial pelo Partido Republicano.

Mitt Romney (foto 1)

Com a campanha mais rica, o ex-governador de Massachusetts domina as pesquisas nacionais, mas com pouca vantagem. Uma das características mais lembradas é o fato de ser mórmon, o que incomoda os evangélicos.

Rick Santorum (foto 2)

O ex-senador da Pensilvânia é considerado o candidato mais conservador. Católico, ficou famoso por lutar com afinco no Senado contra o aborto e os direitos dos homossexuais, o que lhe rende críticas violentas até hoje.

Ron Paul (foto 3)

O senador texano é o candidato mais libertário. Entre suas propostas, está a abolição do Banco Central americano e o retorno ao padrão ouro (segundo o qual os dólares que circulam no mundo devem ter um equivalente em ouro).

Newt Gingrich (foto 4)

Ex-presidente da Câmara dos Deputados. Pediu o impeachment de Bill Clinton na mesma época em que ele, Gingrich, teve um caso com uma secretária. Mas tarde, ele admitiu que mantinha uma relação extraconjugal enquanto tentava derrubar o presidente democrata.

Rick Perry (foto 5)

O governador do Texas chegou a ser considerado um dos favoritos e teve uma boa arrecadação de dinheiro para as primárias. Mas a má performance nos debates e o quinto lugar em Iowa complicaram sua campanha.

Jon Huntsman (foto 6)

O ex-governador do estado de Utah optou por não participar do caucus de Iowa e começa a concorrer em New Hampshire. Hunstman trabalhou para o governo Obama como embaixador da China. Ele também é mórmon.

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Nesta semana é a vez de New Hampshire ser o centro das atenções nos Estados Unidos (e em parte do mundo) com a primária do Partido Republicano que ocorre na próxima terça-feira. No Es­­tado agrícola de Iowa, foi uma surpresa a segunda colocação do candidato Rick Santorum, no úl­­timo dia 3. Ele conseguiu 30.007 votos – apenas oito a menos que o milionário e ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. Mas a próxima rodada das prévias não deve reservar grandes surpresas, pois as previsões indicam que Rom­­ney deve vencer com mais tranquilidade.

A eleição presidencial dos EUA vai ocorrer no dia seis de novembro, mas a corrida já começou na primeira semana de janeiro. Se aqui, no Brasil, um ano eleitoral também pode começar agitado no meio político por troca-troca de partidos e alianças que vão sen­­do costuradas, nos Estados Unidos a po­­pulação tem a alternativa de co­­meçar antes a participar mais de perto, por meio das prévias.

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"O sistema é interessante porque cria vínculo dos eleitores com candidatos. Os eleitores começam a discutir política muito an­­tes do que começariam no Brasil, onde os candidatos são escolhidos pelos partidos de forma fe­­chada e até escusa, muitas vezes", explica Juliano Cortinhas, professor visitante no departamento de Ciências Políticas e Relações In­­ternacionais da Universidade de Delaware, nos EUA.

As prévias são o processo de um partido para escolher quem vai ser o candidato a presidente e podem ser realizadas na forma de primárias ou caucuses. O Par­­tido Democrata não terá essa eta­­pa neste ano, já que o presidente Ba­­rack Obama é candidato à reeleição.

Semelhança

Nas primárias, os eleitores votam de maneira semelhante à das eleições gerais. Dependendo do estado, só podem participar pessoas que estejam registradas no partido. Em alguns casos, os eleitores votam independentemente de sua filiação partidária e há locais onde é possível até votar nas prévias dos dois partidos (quando ambas são realizadas).

Caucus é um tipo de assembleia em que os votos são geralmente abertos. Pode ser realizado nas sedes dos partidos, em escolas, igrejas e até em residências. Durante esse tipo de reunião, re­­presentantes dos candidatos têm a oportunidade de falar e tentar persuadir aqueles que estão em dúvida ou até fazer alguns mudarem de ideia.

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Em alguns ca­­sos, os eleitores manifestam sua escolha levantando as mãos, es­­crevendo em pedaços de papel ou se dividindo em grupos na sala de acordo com o candidato escolhido.

O site The Daily Beast caracteriza os caucuses por serem "mais comunitários do que as primárias onde se aguarda em uma fila para votar em uma cabine individual".

"Os dois sistemas funcionam, mas para realidades diferentes", diz Cortinhas. "O sistema político americano foi pensado para um país agrícola, com dimensão e população muito inferiores às atuais. Só podiam votar homens brancos e proprietários de terra. Hoje, fazer um caucus em Nova York, por exemplo, seria completamente inviável."

Enquanto assiste aos republicanos lutarem uns contra os ou­­tros, Barack Obama tenta melhorar sua imagem. "É uma vantagem que todo candidato à reeleição tem de concentrar os gastos na campanha presidencial, en­­quanto os outros ainda estão na primária", diz Cortinhas.

Um artigo publicado na revista on-line americana Slate aposta que as prévias são mero jogo de cena e que a divisão entre os ultraconservadores do Partido Repu­­bli­­cano já definiu o vencedor. "Es­­peramos ouvir mais e mais notícias sobre candidatos com cada vez menos chances de vencer Rom­­ney", escreveu Jacob Weisberg, editor-chefe da revista.

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Dinheiro tem valor decisivo nos resultados

Além de ter uma campanha mo­­desta, o ultraconservador Rick Santorum tem pela frente eleitores mais moderados. "A questão é se o senador Santorum vai encontrar conservadores o suficiente para ter um bom desempenho em New Hampshire", explica Byron Daynes, cientista político da Uni­­versidade Brigham Young, dos EUA, em entrevista por e-mail.

A saída de Michelle Bachmann, depois de ficar em último lugar em Iowa, pode favorecer Santo­­rum. E se Rick Perry, que ficou em penúltimo, entregar os pontos, talvez tam­­bém beneficie Santorum. "Perry está reconsiderando sua candidatura, ele vai até a Carolina do Sul para ver como se sai", diz Daynes. No entanto, o resultado das prévias vai depender de sobrevivência financeira. "Santo­­rum não é um candidato que arrecade muito. E arrecadação é fundamental, porque as primárias vão até junho e isso custa muito dinheiro", diz o professor Juliano Cortinhas.