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Espionagem

Sistema rastreia quase tudo na internet

Cartaz com imagem de Obama sob a frase: “Sim, nós rastreamos”, num trocadilho em inglês com o lema de campanha do presidente “Sim, nós podemos” | Kai Pfaffenbach/Reuters
Cartaz com imagem de Obama sob a frase: “Sim, nós rastreamos”, num trocadilho em inglês com o lema de campanha do presidente “Sim, nós podemos” (Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters)
Jornalista Glenn Greenwald, autor das matérias com Snowden |

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Jornalista Glenn Greenwald, autor das matérias com Snowden

General Keith Alexander, diretor da NSA, fala em Las Vegas |

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General Keith Alexander, diretor da NSA, fala em Las Vegas

Novas revelações feitas por Edward Snowden sobre as atividades de espionagem digital dos EUA foram reveladas ontem. O jornal britânico The Guardian publicou, com base em documentos entregues por Snowden, materiais de treinamento da Agência de Segurança Nacional (NSA) para um programa chamado XKeyscore. Segundo a reportagem, feita pelo jornalista Glenn Greenwald, trata-se de um sistema que abrange "praticamente tudo que um usuário típico faz na internet".

Segundo o jornal, o XKeyscore permite rastrear atividades de usuários da internet a partir de informações diversas, como e-mail, nome, telefone, IP, senhas, idioma e navegador utilizado.

Para utilizar o programa, analistas de inteligência precisam apenas preencher na tela do computador um formulário com uma "justificativa ampla" para vasculhar comunicações, sem necessidade de autorização judicial ou de permissão de outros funcionários da NSA.

Um dos documentos revelados ontem descreve como o programa consegue fazer buscas em páginas da internet e documentos, além de dar acesso a corpos de e-mail, destinatários, remetentes, endereços para os que foram encaminhadas mensagens e até os destinatários ocultos.

O funcionamento é como o de qualquer ferramenta de busca. O analista preenche a "justificativa ampla", fornece o e-mail que deseja rastrear e o intervalo de tempo da busca.

No mês passado, Snow­den, ex-funcionário terceirizado do serviço de inteligência dos EUA, revelou que o governo norte-americano espionava secretamente as comunicações telefônicas e via computador de milhões de pessoas, dentro e fora do país, num caso que provocou indignação internacional.

Autoridades de inteligência dizem que essas atividades ajudaram a impedir atentados terroristas.

Pai de delator se recusa a ajudar o FBI

Reuters

O pai do ex-funcionário da agência de espionagem norte-americana Edward Snowden disse que não irá até a Rússia para servir de "ferramenta emocional" nos esforços dos EUA de persuadir seu filho a se entregar.

Lonnie Snowden afirmou ao jornal The Washington Post que autoridades do FBI não foram capazes de garantir se ele poderia ver seu filho, que enfrenta acusações de espionagem por expor programas secretos norte-americanos de vigilância.

"Eu disse: ‘Quero poder falar com meu filho... vocês conseguem estabelecer a comunicação?’. E eles: ‘Bom, não temos certeza’", disse Lonnie Snowden ao Post. "Falei: ‘Espere um pouco, pessoal, não vou me sentar no asfalto e virar uma ferramenta emocional de vocês’."

O pai de Snowden disse anteriormente à televisão estatal Russian 24 que o FBI havia sugerido "algumas semanas atrás" que ele viajasse a Moscou para falar com o filho.

Edward Snowden, cuja exposição da vigilância levantou questões sobre a intrusão nas vidas privadas, está na zona de trânsito do aeroporto Sheremetyevo de Moscou desde que chegou ali, vindo de Hong Kong, há mais de um mês. Seu pai não mantém contato direto com ele.

Snowden, de 30 anos, pediu asilo temporário na Rússia depois que o cancelamento de seu passaporte o impediu de viajar para um dos países que ofereceram asilo a ele (Venezuela, Bolívia e Nicarágua).

O pai disse acreditar que Snowden ficaria melhor se permanecesse em Moscou.

"Se ele quiser passar o resto da vida na Rússia, eu vou entender. Não sou contra isso", disse Lonnie à televisão russa. "Se eu estivesse no lugar dele, ficaria na Rússia, e espero que a Rússia o aceite".

Lwonnie Snowden disse que não achava que seu filho teria um julgamento justo nos EUA por causa "do que aconteceu nas últimas cinco ou seis semanas".

O advogado russo que está ajudando Edward Snowden, Anatoly Kucherena, disse acreditar que seu pedido de asilo seria aceito "nos próximos dias", e que os EUA não conseguiram enviar um pedido oficial de extradição.

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