Meios de comunicação americanos divulgaram neste sábado (20) um site com fotos do autor do massacre em uma igreja da cidade de Charleston, Dylann Roof, no qual aparecem imagens suas e um manifesto racista que poderia ser de sua autoria.
O site tinha o nome de “Last Rhodesian” (“Ultimo Rodesiano”), em referência à antiga república da Rodésia, onde imperou um regime racista governado pela minoria branca, até que em 1980 se transformou no Zimbábue.
Enlutada, Charleston começa a se restabelecer depois de massacre em igreja
Centenas de pessoas foram à Emanuel African Methodist Episcopal Church, em Charleston, neste domingo (21), quando a igreja reabriu suas portas aos fiéis, poucos dias depois que um atirador matou a tiros nove pessoas negras, integrantes da congregação.
Leia a matéria completaSegundo o jornal “The New York Times”, não está claro se o manifesto postado no site foi escrito por Roof, autor confesso dos disparos que na quarta-feira passada mataram nove pessoas em uma igreja de Charleston (Carolina do Sul).
O site inclui uma fotografia de Roof apontando para a câmera com uma pistola, outra em que aparece armado e portando uma bandeira confederada e uma mais na qual está retratado queimando uma bandeira americana.
Em outra das imagens aparece uma pistola com sete balas, uma Glock calibre 45, o mesmo modelo que, de acordo com as investigações, foi o que Roof utilizou para os assassinatos de Charleston.
O site dá acesso a um texto nos quais o autor expressa conceitos racistas, mostra seu “ódio” contra a bandeira americana e termina com “uma explicação” sobre ações que não são detalhadas.
Em um dos últimos parágrafos, o autor sustenta que escolheu Charleston para suas ações “porque é a cidade mais histórica” de seu estado e porque chegou a ter a maior proporção de população negra frente aos brancos.
Também lamenta que em sua região já não haja “skinheads” nem um “KKK real”, em referência aos suprematistas arianos da Ku Klux Klan, e que os princípios racistas desses grupos violentos só são transferidos pela internet.
“Alguém tem que ter a coragem de fazer isso na vida real, e suponho que este devo ser eu”, escreveu o autor do manifesto racista.
O texto não tem assinatura nem data, mas no final o autor, que se descreve como um “branco nacionalista”, se desculpa pelos erros tipográficos porque, segundo diz, “está com muita pressa”.
Segundo o “Times”, que, junto com o “New York Post”, divulgou o link do site, o texto foi modificado pela última vez na tarde da quarta-feira passada, mesmo dia em que Roof cometeu o massacre na igreja de Charleston.
De acordo com o mesmo jornal, o endereço eletrônico foi registrado no último dia 8 de fevereiro com o nome de Dylann Roof, residente em Eastover (Carolina do Sul), o mesmo nome do assassino de Charleston e a mesma cidade na qual residia.
No dia seguinte, no entanto, a informação do registro foi ocultada, embora tenha sido verificada pelo “Times”.
Segundo o jornal nova-iorquino, um amigo de Roof, Jacob Meek, assegurou que algumas das referências mencionadas no texto indicam que o assassino confesso foi quem redigiu o manifesto racista.
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