O site da revista francesa "Charlie Hebdo", que nesta quarta-feira (19) voltou a publicar uma série de charges do profeta Maomé, foi bloqueado por seus redatores depois que os mesmos comprovaram que a página havia sido hackeada e manipulada.
Os responsáveis do jornal assinalaram que o "ataque" parece mais ter sido mais intenso do que o registrado no último ano, quando o "Charlie Hebdo" também havia publicado caricaturas de Maomé.
Em seu blog, a publicação ressaltou que esperava restabelecer seu site em breve e também agradeceu o apoio recebido de seus leitores.
No entanto, o cartunista Charb, o diretor do jornal, se queixou da atitude do primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, que hoje exaltou a liberdade de imprensa na França, mas também pediu mais responsabilidade. Segundo Ayrault, aqueles que se sentirem atentado contra seus direitos podem comparecer aos tribunais.
"O que seria irresponsável para nós seria ceder à pressão extremista", declarou Charb, que insistiu que Ayrault deveria "apoiar a liberdade de imprensa e a República ao invés de se deixar levar por esses "palhaços que se manifestam".
Em relação aos comentários do primeiro-ministro, que pediu para a imprensa levar em conta o atual contexto, Charb respondeu que "o contexto mundial nunca será propício para satirizar o Islã e outras religiões em geral". "Se levarmos o contexto em conta, não poderemos falar mais sobre nada, e a imprensa satírica estará condenada", completou o cartunista.
Desde a noite de ontem, quando se soube que o conteúdo da edição desta quarta ia incluir uma série de fotografias de Maomé em referência aos protestos registrados após o polêmico vídeo que os muçulmanos consideraram impróprio, a sede do jornal conta com um reforço policial.
Após a publicação de "Charlie Hebdo", o governo francês anunciou o fechamento de legações diplomáticas, centros culturais e escolas francesas em 20 países por uma questão de precaução.
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