Após a divulgação de 91 mil documentos secretos do Exército dos Estados Unidos sobre a guerra no Afeganistão, o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, prometeu ontem publicar mais 15 mil documentos secretos inéditos sobre o conflito.
Em Londres, Assange disse aos jornalistas que o que já foi divulgado sobre o vazamento é "apenas o começo", e que cerca de 15 mil documentos ainda não foram publicados no site.
Ele afirmou ainda que "milhares" de ações americanas no Afeganistão poderiam ser investigadas devido a indícios de crimes de guerra, mas que as acusações teriam de ser comprovadas na Justiça.
Assange disse ainda que há evidências de acobertamento de mortes de civis, e apontou para um "suspeito" número alto de mortes que as forças dos EUA atribuem a balas perdidas.
Os documentos cobrem alguns aspectos conhecidos dos nove anos de conflito: operações das forças especiais dos EUA contra insurgentes sem julgamento, afegãos mortos por acidentes e a indignação de autoridades americanas devido à suposta cooperação do serviço de inteligência paquistanês com grupos insurgentes que atuam no Afeganistão.
Os papéis também descrevem incidentes desconhecidos anteriormente sobre mortos de civis e operações secretas contra líderes do Taleban.
Danos
O Departamento de Defesa dos EUA anunciou ontem que irá averiguar os danos causados pelo vazamento dos documentos secretos sobre o Afeganistão.
Dave Lapan, porta-voz do Departamento de Defesa, disse que o Exército deve levar "alguns dias, senão semanas" para revisar todos os documentos e determinar o "risco potencial" para as vidas dos americanos e seus parceiros da coalizão em serviço no país.
O Exército deteve Bradley Manning, ex-analista de inteligência militar dos EUA em Bagdá, tido como suspeito pela divulgação de informações confidenciais.
No entanto, os mais recentes documentos que vazaram podem ter vindo de "qualquer pessoa que tenha acesso a informações confidenciais", segundo Lapan.