Os passageiros voltaram a enfrentar filas nos aeroportos do país, neste domingo, véspera de Natal, no quinto dia consecutivo de caos aéreo, mas a situação já está mais tranqüila. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) informou que "a maioria dos aeroportos registra uma redução no movimento dos passageiros, com o aumento do fluxo aéreo", em nota divulgada na manhã deste domingo. Entretanto, diferentemente dos últimos dias, o boletim em que a agência informa o número total de vôos atrasados e cancelados em todos os aeroportos do país não havia sido divulgado até o início da tarde. A nota traz informações apenas sobre os aeroportos mais movimentados.

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Nas regiões Sul, Nordeste e Norte, o fluxo aéreo está normalizado. Os principais atrasos e cancelamentos foram registrados em aeroportos de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, todos em vôos da TAM. Dos 539 vôos registrados até as 10h30m em todos os aeroportos, Congonhas, em São Paulo, teve sete vôos atrasados e um cancelado . No Aeroporto Internacional de Guarulhos, também em São Paulo, ocorreram 11 atrasos e nenhum cancelamento. Em Brasília, até as 10h, quatro vôos estavam atrasados e nenhum cancelado. No Rio de Janeiro, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, foram registrados quatro atrasos e nenhum cancelamento. Pela manhã, alguns passageiros da TAM se recusaram a desembarcar com receio de perder a conexão.

De acordo com a Anac, todos os vôos atrasados têm previsão de embarque para as próximas horas. A TAM negou que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) tenham deixado o Rio com menos passageiros do que a capacidade prevista e informou ainda que já está em andamento o processo de devolução das bagagens extraviadas durante o período de caos nos aeroportos.De manhã, filas, tumulto e gritaria

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Na manhã deste domingo, no Tom Jobim, houve tumulto e gritaria entre passageiros devido aos atrasos e falta de informação. Na fila de passageiros da TAM, o clima era de preocupação e de nervosismo. Passageiros que deveriam ter embarcado às 6h do sábado somente conseguiram embarcar às 5h deste domingo. A Polícia Militar e a Polícia Federal reforçaram as equipes de plantão para evitar mais confusão entre passageiros e funcionários das companhias aéreas, como os ocorridos no sábado .

No Aeroporto Internacional de Cumbica, sobretudo nos guichês da TAM, as filas eram grandes de manhã e chegaram a atingir um quilômetro. Os atrasos eram de em média cinco horas, mas teve passageiros esperando para embarcar há mais de doze horas, apesar de um aumento no número de funcionários no atendimento. Os passageiros demonstravam cansaço e irritação. Passageiros que estavam na sala de embarque reclamavam da superlotação e da sujeira no local. Muitos passageiros que não estavam conseguindo embarcar procuraram o escritório da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para registrar queixa por overbooking, mas a Anac não conseguia registrar todas as reclamações, alegando que só tinha dois funcionários em São Paulo para o serviço.

No Aeroporto de Congonhas, as filas diminuíram e as poucas que persistiam eram apenas na TAM. Os atrasos de vôos continuavam, embora menos do que no sábado, e os passageiros ainda tiveram que enfrentar ainda o extravio de bagagens. Uma sala da TAM com cerca de 50 metros quadrados reservada para colocar bagagem extraviada estava repleta de malas. Os funcionários utilizavam ainda o corredor para colocar as bagagens e uma sala, do mesmo tamanho, cedida pela Infraero, em área reservada do aeroporto. Seguindo orientação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que determinou que, excepcionalmente, o aeroporto de Congonhas ficasse aberto durante a madrugada , os balcões da TAM ficaram abertos para tentar embarcar passageiros que aguardavam há horas nas filas.

Em Brasília, no Aeroporto Internacional, passageiros levavam em média cinco horas nas filas no balcão da TAM para despachar as bagagens. Um grupo de 25 pessoas que iria para Goiânia teve que seguir de ônibus, porque não havia avião para o transporte . Muitos passageiros registraram reclamações no posto da Anac, principalmente aqueles que viajariam pela TAM. Os passageiros ainda enfrentaram problemas da venda de passagens maior do que a capacidade das aeronaves, o chamado overbooking. A advogada Joselane Santos chegou com três horas de antecedência ao aeroporto para fazer o check in do seu vôo para João Pessoa, mas, mesmo assim, não conseguia embarcar.

- Quando a gente chegou para embarcar, para fazer check in, avisaram que o vôo já tinha dado overbooking. E que ou a gente iria à noite ou amanhã de manhã ou eles pagariam R$ 400 - contou.

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Neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou as empresas aéreas pela mais recente crise nos aeroportos do país . Em São Paulo, onde as filas atingiram três quilômetros de extensão, Lula disse que as companhias venderam mais passagens do que deveriam e que o governo, ao deixar à disposição oito aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) - há mais duas de prontidão -, já havia feito o que era possível. Aviões da Varig também foram colocados à disposição.Aumento no número de atrasos no sábado

O sábado registrou o mais alto percentual de vôos atrasados desde o dia 27 de novembro, quando a Agência Nacional de Aviação Civil passou a consolidar e divulgar esses dados, de acordo com boletim divulgado pela a agência. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que a expectativa era de que até a noite os problemas de atrasos de vôo estevissem resolvidos e que, a partir da próxima semana, serão checadas todas as centrais de reserva das companhias aéreas, para evitar a venda de passagens além da capacidade .

Com informações da Agência Brasil