Soldados pilham postos de gasolina e roubam carros em Bamaco, capital do Mali, em meio à onda de distúrbios no país após o golpe militar que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré, na quinta-feira.
Cercados pelo conflito e imobilizados por um toque de recolher, brasileiros evitam as ruas no país africano.
A professora Paula de Melo, no Mali desde 2010 para trabalho voluntário, diz que mantém a família marido e duas filhas às custas da compra do mês. "Tenho estoque até terça-feira", afirma à reportagem, por telefone.
Essa é a previsão que os insurgentes deram para a normalização da situação no país. Com a notícia de que as tropas do governo retomaram a sede da tevê estatal, primeiro edifício tomado durante o golpe, havia ontem, no entanto, receio de contragolpe e, portanto, mais disputas.
Melo conta que, nas ruas, testemunhou militares disparando para cima e que a cidade esteve por 24 horas sob tiroteio.
A União Africana afirmou ter garantias de que o presidente Touré está em segurança, protegido por soldados. O bloco suspendeu Mali como membro após o golpe.
Os dez funcionários da embaixada brasileira em Bamaco permanecem trancados no edifício. "Estamos confinados desde quarta-feira à noite. Não é seguro sair", diz a diplomata Marianne Guimarães.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirma que há, no total, cerca de 30 brasileiros no país.