Mar del Plata (AE) Uma miríade de grupos protestará hoje contra a presença, na Argentina, do presidente dos EUA, George W. Bush. Assim como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Bush será uma das estrelas da 4.ª Cúpula das Américas, que começa hoje e termina amanhã à tarde, no balneário argentino de Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires. O conclave continental, que reúne quase todos os 34 presidentes dos países da Organização dos Estados Americanos (OEA), está protegido por um esquema de segurança sem precedentes na história do país, com quase 10 mil efetivos.
Segundo presidente norte-americano a colocar os pés nesta cidade (o primeiro foi Dwight Eisenhower, nos anos 50), Bush será o alvo dos protestos de mais de 500 organizações não-governamentais reunidas na "anticúpula", como está sendo denominada a 3.ª Cúpula dos Povos, também realizada Mar del Plata. A manifestação desta tarde, que promete aglomerar mais de 50 mil pessoas, juntará grupos tão heterogêneos (e também antagônicos) como sindicalistas, representantes de comunidades indígenas, mães de desaparecidos políticos, famílias de soldados norte-americanos mortos no Iraque, estudantes e desempregados.
Alvo comum
Bush conseguirá, pela primeira vez desde a volta da democracia, unir os grupos de defesa dos Direitos Humanos das Mães da Praça de Mayo, as Mães da Praça de Mayo linha fundadora, as Avós da Praça de Mayo e os Hijos (filhos dos desaparecidos políticos), que nas últimas duas décadas engalfinharam-se em profundas divergências.
O presidente americano também está provocando a união - circunstancial de setores sindicais tradicionalmente rivais na Argentina e de partidos de esquerda divididos entre socialistas light, trotskistas, maoístas e social-cristãos. Os protestos anti-Bush também unirão militantes kirchneristas (favoráveis ao presidente argentino Néstor Kirchner) e antikirchneristas. Compartihando a mesma manifestação estarão juntos, a uma distância prudente, simpatizantes nativos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e militantes de esquerda de posições críticas com o venezuelano, que o consideram insuficientemente socialista.
A "anticúpula" e sua respectiva marcha de protesto está sendo coordenada pelo Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel e já tem apoio declarado do líder venezuelano Hugo Chávez e do ex-astro do futebol argentino Maradona.
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