Foz do Iguaçu – O regime especial de tributação, criado pelo governo por meio de medida provisória (MP), não agradou aos principais interessados: os sacoleiros. Eles condenam a medida e dizem que ela beneficia os microempresários.

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"Isso não é para nós, é para o pequeno empresário. O sacoleiro é aquele que defende a família", diz o secretário da Associação dos Vendedores Ambulantes de Foz do Iguaçu, Walter Negrão. Para ele, uma cota de US$ 3 mil ao mês com um imposto máximo de 10% seria o suficiente à categoria. Negrão diz que os sacoleiros não vão aderir a medida pelo fato de o imposto proposto, de no mínimo 25%, ser considerado alto.

O comprista paulistano Pedro Siqueira, 60 anos, afirma que a MP vai tirar a ocupação dos laranjas – trabalhadores que passam mercadorias pela Ponte da Amizade e do verdadeiro sacoleiro. A expectativa dele e de outros colegas é a de que os empresários comecem a buscar mercadorias em grande quantidade sem a necessidade da intermediação do laranja.

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"Nesses moldes a medida provisória do governo vem tirar o emprego de quem está precisando. Os empresários irão se unir, fazer os pedidos para entregar direto no local e o laranja ficará sem função", diz, durante entrevista por telefone em um ônibus de sacoleiros que fazia ontem à noite o trajeto São Paulo-Foz do Iguaçu.

Siqueira, que sobrevive da rotina de comprar mercadorias no Paraguai para revenda há 11 anos, diz que a cota de US$ 240 mil ao ano é um exagero. "O sacoleiro gira em torno de US$ 5 a 6 mil por mês", salienta.