Mais de 600 pessoas foram retiradas do cerco que militares faziam à cidade síria de Homs, informou o governador da província, Talal Barrazi.
A operação faz parte de uma trégua mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que começou na última sexta-feira, entre o governo do presidente Bashar al-Assad e rebeldes armados para permitir que milhares de mulheres, crianças e homens idosos deixem a parte sitiada da cidade e que alimentos e suprimentos entrem no local.
Apesar do cessar-fogo, dezenas de pessoas ficaram feridas enquanto esperavam a chegada dos comboios da ONU com ajuda humanitária.
Forças leais a Assad bloquearam partes controladas pelos rebeldes de Homs há mais de um ano, causando fome generalizada e muito sofrimento para a população. A cidade era um dos pontos de resistência ao presidente.
A retirada dos civis de Homs ocorre ao mesmo tempo em governo e oposição sírios chegam a Genebra e se preparam para iniciar hoje uma nova rodada de discussão para encerrar a guerra civil na Síria, que chega a seu terceiro ano.
Ontem também houve um bombardeio de helicópteros do governo sírio no norte da cidade de Alepo, controlado por rebeldes, que causou a morte de pelo menos 11 pessoas, segundo ativistas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, diz que bombas improvisadas foram lançadas sobre dois bairros controlados por rebeldes. Entre os mortos, estão uma criança e uma mulher, disseram os ativistas.
Ataque
No sábado, o Crescente Vermelho sírio informou que seus integrantes foram feridos por rebeldes em um ataque a veículos de transporte de ajuda às áreas sitiadas da cidade de Homs. Conforme a organização, o comboio foi atingido por morteiros e tiros que feriram um motorista. Os veículos transportavam suprimentos humanitários.
Regime e rebeldes trocaram acusações sobre a autoria dos disparos, que ainda violaram a trégua de três dias selada nos últimos dias com o intuito de ajudar a população da cidade, sitiada há mais de um ano e meio.
Na sexta-feira, 83 civis já haviam sido retirados do centro da cidade. Alguns deles tinham sinais de desnutrição, após viver sob um cerco por mais de um ano e meio, em um dos redutos do levante contra o ditador Bashar al-Assad, que começou em 2011. A revolta se transformou em uma insurgência armada depois que as forças do presidente reprimiram violentamente os protestos.
Também no sábado, na cidade de Aleppo, as tropas do regime sírio retomaram o controle de grande parte da prisão central. Nos combates, 47 pessoas morreram, conforme a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Não há informações confiáveis sobre o que teria acontecido com os prisioneiros.