Milhares de homossexuais e simpatizantes participaram na sexta-feira em Jerusalém de um evento gay sob forte esquema de segurança, levando adiante o que deveria ter sido uma parada que havia provocado protestos de religiosos e ilustrado as divisões na sociedade israelense.

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Gays, lésbicas e ativistas dos direitos civis, muitos agitando a bandeira do arco-íris que representa o orgulho homossexual, passaram pelas barreiras policiais para chegar ao estádio da Universidade Hebraica, onde ocorria a manifestação. Lá dentro, ecoava a música dance.

Os organizadores pretendiam realizar a passeata nas ruas, mas desistiram porque a polícia teria de montar um esquema de proteção também contra palestinos que ameaçam uma vingança ao ataque israelense desta semana que matou 18 civis em Gaza. Jerusalém está sob estado de alerta máximo .

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Judeus ultra-ortodoxos também ameaçavam perturbar a manifestação na cidade sagrada. Havia protestos todas as noites em bairros religiosos de Jerusalém contra a parada gay.

- Por que estão nos empurrando de volta para o armário? Há mais de uma forma de ser judeu - disse Yossi Gilad, 36, de Tel Aviv, que trabalha em uma ONG.

Uma mulher levava um cartaz com a frase: "Tenho orgulho de ser judia lésbica''.

Em alguns pontos da cidade, houve pequenas brigas entre ativistas de direita e militantes de causas sociais, mas com pouca violência, segundo a polícia.

A polícia disse que 3 mil agentes fazem a segurança. Judeus ultra-ortodoxos e outros manifestantes não puderam entrar no estádio.

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- Ontem à noite, os rabinos decidiram que não haveria distúrbios. Ainda assim, a polícia estará preparada para lidar com distúrbios destinados a prejudicar o evento - disse um porta-voz.

A polícia montou bloqueios nas vias de acesso ao estádio, e várias ruas foram interditadas.

Muitos judeus praticantes viam a parada nas ruas como uma afronta à religião. O assunto expôs as profundas fissuras na sociedade israelense, que vive num debate entre a influente comunidade religiosa e os laicos que buscam um Estado progressista e "moderno''.

Jerusalém realiza paradas gay desde 2001, mas nunca com tanta organização e mobilização quanto desta vez. Os responsáveis dizem que o evento prega a tolerância e a compreensão.

A parada estava marcada para agosto, mas foi adiada por causa da guerra entre Israel e a guerrilha xiita Hezbollah no sul do Líbano.

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