O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou nesta quarta-feira (20) a Israel, sem nenhuma nova iniciativa de paz para oferecer aos frustrados palestinos, e enfrentando profundas dúvidas dos israelenses a respeito da sua promessa de evitar que o Irã obtenha armas nucleares.
Na sua primeira viagem oficial à região como presidente, Obama espera relançar sua complicada relação com os israelenses e palestinos, numa coreografada visita de três dias que está repleta de simbolismos, mas pobre em expectativas.
Ao desembarcar no aeroporto de Tel Aviv, Obama reafirmou o comprometimento dos EUA com a segurança do Estado judeu.
"Vejo esta visita como uma oportunidade de reafirmar os laços inquebráveis entre as nossas nações, para reafirmar o comprometimento inabalável da América com a segurança de Israel e para falar diretamente ao povo de Israel e a seus vizinhos", disse Obama. "Tenho confiança em declarar que nossa aliança é eterna, é para sempre."
Ele foi recebido no aeroporto pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pelo presidente do país, Shimon Peres. Mais tarde, ele terá uma prolongada reunião com Netanyahu, e os dois concederão uma entrevista coletiva a partir das 15h10 (hora de Brasília).
Na quinta-feira, Obama viaja à Cisjordânia ocupada para se reunir com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
A Casa Branca deliberadamente minimizou a esperança de que Obama consiga promover a retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos, que está rompido há mais de dois anos.
Essa postura difere da que foi adotada pelos EUA no primeiro mandato de Obama, época em que assessores diziam que Obama só iria a Israel se tivesse algo concreto a fazer.
Em Jerusalém, os postes foram adornados com bandeiras dos EUA e de Israel, e com cartazes falando de uma "aliança inquebrável". Mas a aparente falta de qualquer impulso político substancial parece intrigar muitos diplomatas e analistas.
"Parece-me uma visita mal programada e mal concebida", disse Gidi Grinstein, presidente do Instituto Reut, uma entidade acadêmica de Tel Aviv.
"Quanto à situação iraniana, Israel e os EUA não parecem ter nada de novo a dizer um ao outro. Quanto à Síria, os norte-americanos não têm uma perspectiva clara, e quanto à questão palestina eles estão dando um passo atrás e largando mão."
Tanto Obama quanto Netanyahu acabam de iniciar novos mandatos e estão cientes de que precisarão trabalhar juntos nos próximos anos a respeito de questões voláteis. Por isso, eles querem evitar confrontos públicos que marcaram encontros anteriores.
"Para dizer a verdade, eles não se suportam", disse um comentarista do canal 10 da TV israelense, numa transmissão ao vivo no momento em que o avião presidencial dos EUA taxiava em Tel Aviv.
Num dos gestos simbólicos da viagem, Obama inspecionaria uma bateria antimísseis do sistema Cúpula de Ferro, no próprio aeroporto de Tel Aviv, antes de seguir de helicóptero para Jerusalém. A Casa Branca cita esse sistema - que foi financiado pelos EUA e protege Israel contra foguetes disparados da Faixa de Gaza -, como exemplo do compromisso de Obama com a segurança israelense.
Buscando se conectar diretamente com o cético público israelense, Obama fará na quinta-feira à tarde um discurso a um grupo cuidadosamente selecionado de estudantes israelenses, em que deve abordar temas como o Irã.
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