Bagdá Iraque e Síria anunciaram o reinício de suas relações diplomáticas, interrompidas há mais de 25 anos, em uma entrevista coletiva dos ministros das Relações Exteriores dos dois países, ontem, em Bagdá. Os EUA fizeram grande pressão para que a reaproximação ocorresse e esperam que ela seja útil para conter militantes que agem no Iraque, supostamente com apoio de Damasco. Aliados dos Estados Unidos também querem que o presidente George W. Bush discuta com a Síria e o Irã ambos adversários de Washington formas de controlar o Iraque. No entanto, analistas acham que a cooperação síria é uma forma de Damasco barganhar relativa proteção dos EUA nos conflitos regionais (veja abaixo).
"Acabamos de chegar a um acordo por meio do qual as relações diplomáticas rompidas há um quarto de século foram completamente restabelecidas, disse o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari. "Os dois países vão cooperar em matéria de segurança e seus especialistas se reunirão para discutir essas questões."
O chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, encerrou ontem sua primeira visita a Bagdá desde a queda de Saddam Hussein. Em 1980, no início da guerra entre Iraque e Irã, o regime de Saddam Hussein rompeu relações diplomáticas com a Síria como forma de protesto pelo apoio de Damasco a Teerã. Mesmo quando os dois países eram governados pelo partido Baath, permaneceram sem contatos até a queda de Saddam Hussein, com exceção de uma leve aproximação no final dos anos 1990.