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Crise

Sob protestos, Parlamento grego aprova cortes e mais impostos

A região central de Atenas se transformou em palco de guerra. Mais de 200 manifestantes ficaram feridos em confrontos com a polícia durante os protestos contra a aprovação do plano de ajuste do governo | Filippo Monteforte/AFP
A região central de Atenas se transformou em palco de guerra. Mais de 200 manifestantes ficaram feridos em confrontos com a polícia durante os protestos contra a aprovação do plano de ajuste do governo (Foto: Filippo Monteforte/AFP)

Atenas - Em meio a um dos dias mais conturbados desde o início da crise, o Parlamento da Grécia aprovou ontem um novo plano de austeridade que prevê uma economia de até 28,3 bilhões de euros (R$ 63 bilhões) aos cofres públicos por meio de cortes de gastos e aumento de impostos até 2015. Nas ruas, milhares de jovens atearam fogo a prédios públicos em violentos protestos.

Ao menos 192 manifestantes foram tratados em hospitais lo­­cais por problemas respiratórios em função das bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. Outros 25 jovens ficaram feridos e ao menos 40 policiais sofreram ferimentos leves.

Concentrados na Praça Syn­­tag­­ma (Constituição, em grego), os manifestantes atearam fogo a uma agência de correios e atacaram também a sede do Ministério das Finanças, localizados na re­­gião. Um hotel de luxo no entorno do local decidiu retirar todos os hóspedes. Os bombeiros disseram que não poderiam conter o fogo.

Num voto apertado, o pacote foi aprovado com 155 votos a favor, 138 contra e 7 abstenções ou faltas. O governo precisava de uma maioria simples, de 151 dos 300 votos da Casa. Membros da oposição questionaram se o governo tem condições de arcar com as consequências das medidas para a sociedade.

Os cortes eram exigidos para que a quinta parcela – no valor de 12 bilhões de euros – de um pacote de 110 bilhões de euros fosse liberada para o país. Um se­­gundo pacote de 110 bilhões de euros já foi solicitado pelo governo grego.

O recém-nomeado ministro das Finanças, Evangelos Ve­­ni­­ze­­los, defendeu a repressão aos protestos e saudou os cortes que possibilitam a continuidade do resgate financeiro negociado com a União Europeia (UE), Fundo Mo­­netário Internacional (FMI) e Ban­­co Central Europeu (BCE).

A aprovação era esperada pelo mercado financeiro, em especial o europeu, que acompanhou o voto com atenção e preocupação – caso as medidas não fossem aprovadas, a Grécia não receberia o dinheiro necessário para evitar um calote da dívida que afetaria toda a zona do euro e que poderia chegar tão cedo quanto mês que vem.

O pacote era defendido há me­­ses pelo governo, que enfrentou greve geral, manifestação e violência nas ruas de Atenas contra os novos cortes.

O premiê grego, Georges Pa­­pan­­dreou, se comprometeu a fa­­zer todo o possível para evitar o impacto da dívida do país.

"Faremos tudo para evitar ao país o que supõe a bancarrota", declarou, ao recordar o risco de que, neste caso, não poderiam ser pagos salários ou aposentadorias.

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