Uma testemunha disse que pelo menos 11 pessoas foram mortas em Deraa, no sul da Síria, depois de uma invasão do Exército durante a madrugada. Os militares teriam disparado indiscriminadamente contra os civis. Tropas entraram na cidade apoiadas por tanques e francoatiradores, o que representa um aumento da repressão do governo do presidente Bashar al-Assad contra o levante.
A testemunha disse, por telefone, que contou pelo menos 11 corpos. O homem pediu que seu nome não fosse revelado por temer represálias. Deraa é a cidade onde o levante teve início, mais de um mês atrás. De acordo com uma outra testemunha, era possível ouvir fortes disparos pela cidade. "Os minaretes das mesquitas estão apelando por calma. As forças de segurança estão entrando em casas. Há um toque de recolher e eles disparam naqueles que deixam suas casas", relatou a testemunha. "Eles até disparam em caixas d'água nos telhados para deixar as pessoas sem água".
Ativistas pelos direitos humanos disseram que 3 mil militares chegaram a Deraa nesta madrugada. Eles diziam não ter como contabilizar as mortes, pois os atiradores de elite impediam a circulação. "Há corpos jogados nas ruas e não podemos recuperá-los", relatou um ativista.
Além disso, a Síria fechou sua fronteira com a Jordânia, informou nesta segunda-feira (25) o ministro da Informação jordaniano, Taher Adwan. Segundo Adwan, citado pela agência estatal Petra, a medida "é relacionada com a situação interna na Síria". "Nós esperamos que o movimento na fronteira volte ao normal em breve", afirmou o ministro.
Deraa fica a 5 quilômetros da fronteira jordaniana. "Nós tentamos cruzar para a Síria, mas autoridades sírias fecharam os únicos postos fronteiriços com a Jordânia, em Deraa e Naseeb", disse uma testemunha jordaniana à France Presse, pedindo anonimato.
Desde a última sexta-feira, o governo sírio intensificou a repressão aos protestos. Já morreram mais de 135 pessoas e mais de 200 oposicionistas foram presos, segundo ativistas pelos direitos humanos e testemunhas.
Na quinta-feira passada, Assad acabou com um estado de emergência que vigorava na Síria havia 48 anos. Apesar disso, continuou a repressão aos protestos pelo fim da corrupção e por democracia. Segundo o governo, com as novas leis é preciso que as pessoas primeiro consigam autorização oficial, para então poderem realizar qualquer protesto.
EUA
O governo dos Estados Unidos informou que estuda adotar sanções contra o governo sírio em resposta à repressão. O comunicado de Tommy Vietor, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, marcou a primeira vez que autoridades americanas falaram publicamente sobre a possibilidade de sanções contra a Síria.
Os Estados Unidos têm emitido comunicados cada vez mais fortes nos últimos dias condenando a repressão do governo Assad. Vietor disse que o governo de Barack Obama estuda uma série medidas, dentre elas a adoção de sanções, para deixar claro que as ações do governo sírio são inaceitáveis. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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