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Pintura no asfalto pede paz na Venezuela | REUTERS/Tomas Bravo
Pintura no asfalto pede paz na Venezuela| Foto: REUTERS/Tomas Bravo

Os confrontos registrados desde o dia 12 de fevereiro na Venezuela já resultaram em pelo menos 16 mortes. De acordo com a procuradora Luisa Ortega Díaz, até a manhã de segunda-feira (24) 13 pessoas haviam morrido: seis em Caracas, três em Carabobo e uma em Sucre, Táchira, Lara e Merida, respectivamente. O balanço da promotora, no entanto, não incluía mais três mortes noticiadas pelos jornais venezuelanos: as de um homem em Táchira, outro em Aragua e um jovem em Maracay.

Jimmy Vargas e Jhonny Carballo teriam morrido durante ações da Guarda Nacional e de motoqueiros armados. Jimmy, de 34 anos, tentava se refugiar do gás lacrimogêneo e das balas de borracha em Pueblo Novo, Táchira. Ele estava em um local alto quando perdeu o equilíbrio ao ser atingido aparentemente por uma bomba de gás. Em Aragua, Jhonny participava de um protesto quando motociclistas começaram a disparar.

Um manifestante morreu na cidade litorânea de Maracay em episódios de violência ocorridos durante protestos realizados segunda (24) na cidade. O corpo do estudante foi encontrado perto de uma loja saqueada na véspera em meio a um violento protesto, disse o prefeito Nelson Guárate à Unión Radio. Guárate não identificou o jovem nem informou como ele morreu.

Sobre a morte do estudante Bassil Dacosta - a primeira vítima dos confrontos -, a procuradora informou que três integrantes do serviço de inteligência, Sebin, foram detidos. Pelo menos oito das 13 pessoas incluídas no balanço oficial do governo foram mortas por armas de fogo. "Esse dia (12 de fevereiro) alguns funcionários da Sebin estavam portando armas de fogo nas manifestações e disparando", disse Luisa Ortega.

Além das mortes, pelo menos 150 pessoas ficaram feridas.

48 pessoas seguem detidas

Nicolás Maduro informou na segunda-feira que 712 pessoas foram detidas nos protestos contra o seu governo, que acontecem há 13 dias, mas afirmou que os tribunais decidiram manter nas prisões apenas 48 deles.

"Os tribunais, decidiram privar de liberdade 48 desses 712, boa parte por homicídio, por depredações, por uso de arma de fogo, etc.", disse Maduro em reunião do Conselho Federal de Governo, com os governadores do país.

"Isso quer dizer 6% de todos os detidos, para conter a violência", acrescentou e também afirmou que entre os presos há "alguns estrangeiros mercenários".

"Isso será divulgado, as investigações estão em pleno desenvolvimento", continuou.

Maduro informou que, em todo caso, está disposto a falar sobre as prisões na Conferência de Paz que convocou para a quarta-feira. Além disso, assegurou que a oposição tem todas as garantias para protestar todos os dias pelo país.

"Se a oposição venezuelana quer marchar todos os dias, em todos os municípios do país, em todas as paróquias, em todas as capitais, incluindo a capital da República, têm garantidos os seus direitos políticos", disse.

"Eu lhes garanto a plena liberdade, mas se vão sair para queimar e destruir isso não será permitido", acrescentou.

Além disso, se mostrou favorável ao diálogo proposto pelos governadores da oposição, lamentando que o líder opositor Henrique Capriles, governador do estado Miranda, decidiu não comparecer à reunião.

Prisão de opositores

Maduro denunciou as manifestações como um "golpe de Estado em desenvolvimento", o que acabou resultando na semana passada na detenção do opositor Leopoldo López. Nesta segunda, Maduro afirmou que "um mercenário do Oriente Médio" foi preso. Segundo o presidente, sua missão seria desestabilizar o seu governo.

"Estamos enfrentando um golpe de Estado. O que vai dizer a oposição do terrorista que acabamos de capturar?", disse Maduro.

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