Em nota divulgada nesta segunda-feira (18), o comando do Exército em Brasília confirma a morte do coronel João Eliseu Souza Zanin, que estava entre os quatro militares desaparecidos desde o dia 12 de janeiro, quando o terremoto de intensidade 7 devastou o Haiti.
Zanin é o 17º militar brasileiro morto na catástrofe. "O coronel estava ligado ao gabinete do comandante do Exército e encontrava-se no Haiti participando de reuniões de coordenação de pessoal, diz a nota.
O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas no país. Dos quatro militares que estavam desaparecido, apenas o major Márcio Guimarães Martins, de Natal (RN), ainda não foi encontrado pelas forças brasileiras no Haiti.
Brasileiros
Com a localização do corpo do coronel, sobe para 19 o número de brasileiros mortos na tragédia. Além dos 17 militares, também foram vitimados o diplomata Luiz Carlos da Costa, que ocupava o segundo cargo mais importante da ONU no Haiti, e a médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.
O terremoto no Haiti deixou um número ainda não determinado de mortos, na cada de dezenas de milhares, e arrasou a infraestrutura da capital, Porto Príncipe, deixando 10% do prédios destruídos e milhares de desabrigados.
A situação humanitária na cidade é grave, e o mundo tenta acelerar a ajuda humanitária ao país para evitar o colapso. Falta água e comida, os mortos são enterrados em valas comuns.
O governo local já relatou saques, episódios de violência e a volta à ação de gangues armadas.
Mortos
Os corpos dos 16 militares que morreram no Haiti, em decorrência do forte terremoto que aconteceu no local no último dia 12, chegarão ao Brasil na próxima quarta-feira (20), informou nesta segunda-feira (18) o comandante do Exército, Enzo Martins Peri.
Segundo ele, os corpos chegarão em Brasília, onde haverá "honras fúnebres" aos militares vitimados pelo terremoto.
Mais cedo nesta segunda-feira, o Comando do Exército informou que foi identificado o corpo do tenente-coronel Marcus Vinicius Macêdo Cysneiros, que se encontrava desaparecido na cidade de Porto Príncipe.
Número de militares
O Brasil tem condições de dobrar o efetivo que mantém no Haiti, atualmente de 1.266 militares, para ajudar na reconstrução do país devastado por um forte terremoto, afirmou nesta segunda-feira o comandante do Exército, general Enzo Peri.
"A decisão de enviar mais tropas é do governo, naturalmente passando pelo Congresso Nacional, mas é preciso que (o pedido) seja formalizado pela ONU", afirmou o general a jornalistas.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o país enviaria mais soldados ao Haiti caso fosse necessário.
A declaração ocorreu pouco depois de o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ter recomendado ao Conselho de Segurança da entidade o envio de 1.500 policiais e 2.000 soldados à missão de paz que atua no país, a Minustah.
O Conselho está reunido nesta segunda-feira para definir o aumento do efetivo de sua força no Haiti, atualmente de 9.000 soldados e policiais.
Doações paranaenses
Começou nesta segunda-feira (18) uma campanha de arrecadação de donativos, feita pelo governo do estado do Paraná, para as vítimas do terremoto no Haiti. As pessoas que quiserem contribuir com a campanha podem levar os alimentos a quartéis da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Bombeiros Comunitários em todas as cidades do estado.