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Cento e setenta pessoas, em sua maioria civis, morreram em combates ou pela repressão na Síria nesta quinta-feira (21), o dia mais sangrento desde o começo da trégua, dia 12 de abril, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O diretor do OSDH, Rami Abdelrahman, disse à AFP que "é um dos dias mais sangrentos desde o começo da revolta contra o regime sírio". Anteriormente, o número divulgado pela organização era de mais de 120 mortos nesta quinta.

Os Comitês de Coordenação Local (CCL) denunciaram a morte de cem pessoas, entre elas dez menores.

Os maiores registros foram em Homs e em Deraa. As duas cidades estão entre as que concentram maior número de mobilizações dos rebeldes. Ainda foram registrados óbitos em Duma, na região da capital Damasco, Aleppo, Deir Ezzor, Hama e Idlib.

Mais cedo, o Observatório informou que mais de 15 mil pessoas morreram na Síria desde o início dos confrontos, há 15 meses. A estimativa é maior que a apresentada pela ONU em maio, de 10 mil pessoas.

As estatísticas não podem ser comprovadas oficialmente por não haver confirmação do governo e pela proibição da entrada da imprensa estrangeira em território sírio.

Deserções

As deserções vão aos poucos enfraquecendo o Exército sírio. Um piloto pousou na Jordânia nesta quinta e obteve asilo político, enquanto os ativistas divulgaram um vídeo no qual quatro altos comandantes, entre eles dois generais, anunciavam sua união ao Exército Livre Sírio.

Esta é a primeira deserção de um piloto de caça a bordo de seu avião desde o início da revolta contra o regime do ditador Bashar al Assad, em março de 2011.

O Exército jordaniano anunciou que o avião, um MiG-21, aterrissou às 10h45 (04h45 de Brasília), "sem problemas em uma base da Força Aérea da Jordânia".

"Ele fez isso para evitar a detecção por radares", acrescentou. O piloto é de Deir Ezzor (leste) e sua família é conhecida por sua luta contra o regime.

O CNS (Conselho Nacional Sírio), principal coalizão da oposição, confirmou que se tratava de uma deserção. "A aeronave decolou em alta velocidade e a baixa altitude de um aeroporto militar localizado entre Deraa e Soueida, no sul do país", explicou George Sabra, porta-voz do CNS.

Desde o início do conflito, mais de 10 mil pessoas morreram, 230 mil se deslocaram internamente e 60 mil se refugiaram em países fronteiriços, como a Turquia e o Líbano, segundo dados da ONU.

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