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Confrontos ocorridos nesta terça-feira (18) na capital da Ucrânia, Kiev, deixaram pelo menos 18 mortos, dos quais 11 civis e 7 policiais, informaram autoridades locais.
O governo fechou estações de metrô no centro da capital e prometeu restaurar a ordem. Depois de darem um ultimato para que os confrontos cessassem até as 18 horas locais, as forças de segurança da Ucrânia entraram no acampamento permanente de protesto contra o governo na Praça Independência, na região central de Kiev.
O líder oposicionista Vitali Klitschko conclamou os manifestantes a defenderem o acampamento. Os policiais usaram canhões d'água e bombas de efeito moral contra os manifestantes, que reagiram com paus, pedras e bombas incendiárias. Minutos depois, grande parte do acampamento era consumido pelas chamas.
A violência desta terça (18) diminuiu as expectativas para uma solução iminente da crise política na Ucrânia. Foi o pior episódio de violência das últimas semanas. A polícia usou balas de borracha e granadas de efeito moral contra milhares de manifestantes que tentavam chegar ao Parlamento. Dezenas de pessoas, entre civis e policiais, ficaram feridas.
Três manifestantes teriam morrido durante o ataque à sede do governante Partido das Regiões, onde os opositores atearam fogo com coquetéis molotov.
"Um (morreu) no escritório do Partido das Regiões asfixiado pela fumaça, três mortos se encontravam na Casa dos Oficiais (dois com ferimentos de bala e outro em um acidente de trânsito) e outro morreu em uma ambulância na rua Mazepa, também por um disparo", disse o porta-voz policial.
Além disso, "outros dois morreram de infarto na rua Institútskaya", onde ocorreram os primeiros choques entre manifestantes e antidistúrbios.
Violência
No últimos dias, a praça Independência tinha sido o palco de protestos em geral pacífico.
Nesta terça, cerca de 2 mil opositores radicais retomaram a ocupação de prédios públicos na cidade e atacaram a sede do Partido das Regiões, ao qual o presidente, Viktor Yanukovich, é filiado.
O confronto acontece no dia em que o Parlamento discutiria uma reforma constitucional que limita o poder do presidente. Aliados do governo, no entanto, impediram a entrega da proposta.
A votação acontece dois dias após o início da aplicação da lei de anistia, que retirou as acusações contra 234 manifestantes que foram presos desde novembro. Os opositores desocuparam prédios estatais em Kiev em favor da liberação dos ativistas.
União Europeia
A onda de protestos na Ucrânia teve início em novembro passado, quando Yanukovich desistiu de um acordo comercial com a União Europeia por pressão da Rússia, sua maior aliada. O gesto enfureceu parte da população identificada com a Europa e luta por mais direitos civis e liberdades individuais na ex-república soviética.Veja fotos do protesto