O que restou do furacão Irene atravessou a fronteira dos Estados Unidos com o Canadá entre domingo (28) e segunda-feira (29), mas os norte-americanos continuavam sentindo os efeitos da tempestade nesta segunda-feira, com enchentes em Vermont e problemas para a circulação de pessoas e veículos por Nova York.
A tormenta provocou a morte de pelo menos 38 pessoas nos EUA, deixou milhões sem energia elétrica e obrigou companhias aéreas a cancelarem cerca de 9.000 voos. Irene não provocou o pandemônio previsto por meteorologistas e autoridades locais e nesta segunda não foi emitido nenhum boletim do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) sobre o fenômeno. Ainda assim, os danos e os transtornos foram vultosos.
A cifra total de mortes causadas pela passagem do furacão Irene pelo Caribe e pela América do Norte era de 44 na noite desta segunda-feira, sendo 38 nos Estados Unidos, 5 na Ilha Hispaniola (compartilhada por Haiti e República Dominicana) e 1 em Porto Rico.
O furacão provocou prejuízos estimados de até US$ 7 bilhões. Na noite de domingo, ao divulgar seu último boletim sobre Irene, o NHC advertia para grandes cheias em rios em áreas do nordeste norte-americano. O presidente Barack Obama advertiu que os esforços de recuperação podem levar "semanas ou mais".
"Eu quero que as pessoas entendam que isso não acabou", disse Obama em breve declaração na Casa Branca. "Eu quero ressaltar que os impactos desta tempestade serão sentidos por algum tempo. Pode faltar energia durante dias em algumas áreas."
O governador de Vermont, Peter Shumlin, disse que seu Estado estava em uma "situação difícil". O governador de Nova York, Andrew Cuomo, advertiu sobre a "tremenda cheia" na área das Montanhas Catskill, ao norte de Manhattan. Em New Jersey, o governador Chris Christie disse que rodovias estavam "intransitáveis" em algumas áreas, e em boa parte do Estado havia "cheias significativas". Enchentes localizadas ocorreram no sul e leste de Manhattan.
Irene entrou nos EUA pela Carolina do Norte no sábado com potência de furacão antes de seguir para o norte e perder força. Pelo menos 38 mortes foram confirmadas nos EUA. A vítima mais jovem identificada até o momento era um garoto de 11 anos, que morreu quando uma árvore caiu sobre seu apartamento em Newport News, na Virgínia.
Jose Miranda, diretor da Eqecat, uma companhia sediada na Califórnia de gerenciamento de riscos em catástrofes, disse ao Los Angeles Times que a tempestade pode custar às seguradoras entre US$ 1,5 bilhão a US$ 3 bilhões para cobrir os prejuízos de casas danificadas, veículos e negócios. Os danos totais, incluindo as perdas para as quais não havia seguro, pode variar entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões.
Em comparação, o furacão Katrina, que inundou boa parte de Nova Orleans em 2005, gerou mais de US$ 70 bilhões em custos não segurados, lembrou o jornal.
"Eu acho que o estrago é muito menos duro do que temido e o impacto econômico será, portanto, bem menor do que as pessoas previam", disse ao LA Times Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics.
A Administração Federal de Aviação anunciou que os aeroportos da área de Nova York - Aeroporto Internacional John F. Kennedy, LaGuardia e Newark - iriam abrir normalmente na segunda-feira. Cerca de 9.000 voos foram cancelados no leste dos EUA.
Irene deixou grandes porções do território dos EUA sem energia, incluindo 1 milhão no Estado de Nova York, a maioria em Long Island, segundo o governador Cuomo. Na área da grande Washington quase 2 milhões ficaram sem energia. No Canadá, cerca de 200 mil residências ficaram sem eletricidade, segundo funcionários. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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