A água chegou ao telhado das casas no oeste da França| Foto: Reuters
Equipes de resgate buscam vítimas da tempestade na França
Pelo menos 51 pessoas morreram e muitas ainda estão desaparecidas por causa da tempestade na França
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Equipes de resgates em pequenos barcos cruzaram ruas alagadas em cidades da costa atlântica da França nesta segunda-feira, procurando pessoas que ainda estivessem presas em suas casas por causa das tempestades que destruíram barreiras marítimas de contenção de concreto e mataram pelo menos 62 pessoas no oeste da Europa.

A tormenta com ventos e chuvas fortíssimos atingiu cinco países da Europa ocidental, deixando pelo menos 51 mortos na França, a maioria por afogamento no domingo.

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O presidente francês Nicolas Sarkozy visitou as áreas mais atingidas nesta segunda-feira as regiões costeiras de Vendeia e Charente-Maritime, e prometeu € 3 milhões (US$ 4 milhões) em ajuda emergencial.

Funcionários regionais pediram que a França reforce suas barreiras marítimas. Cerca de metade das 51 mortes no país são atribuídas à quebra de uma dessas barreiras na cidade costeira de L'Aiguillon-sur-Mer, onde as águas do oceano chegaram ao telhado de algumas casas.

Fotografias aérea tiradas nas proximidades de L'Aiguillon-sur-Mer mostram várias casas com água quase atingindo seus telhados. As águas também deixaram debaixo d'água as ruas de L'Ile de Re, uma ilha onde há um resort, portos coloridos, charmosos chalés e ciclovias. Blocos de concreto de uma barreira marítima de contenção estão espalhados pelas praias da ilha. Na cidade de La Faute sur Mer, sudoeste da França, os bombeiros retiraram moradores com barcos.

O porta-voz dos serviços de emergências franceses, coronel Patrick Vailli, disse que nove pessoas continuam desaparecidas e há várias feridas.

Seis pessoas morreram na Alemanha, três na Espanha e uma na Bélgica. Um menino morreu em Portugal, atingido por uma árvore. A maior quantidade de mortes ocorreu na região francesa da Vendeia, na costa atlântica do país.

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A tormenta Xynthia chegou à França na madrugada de domingo, inundando centenas de áreas, destruindo casas e deixando cerca de um milhão de casas sem eletricidade.

Um casal de aposentados que acampava na costa do povoado de Moutier-en-Retz morreu quando seu veículo foi cercado pela água. A ameaça de avalanches era alta nos Pirineus e no sul dos Alpes, pela neve úmida e pelo vento.

Em Paris, o vento derrubou motocicletas e carregou montanhas de lixo para as ruas. Houve atrasos nos voos e pelo menos 100 deles foram cancelados, nos principais aeroportos da capital francesa. Os serviços rodoviários franceses apresentarem grandes atrasos e os cancelamentos continuavam a ocorrer no aeroporto de Frankfurt, um dos mais movimentados da Europa.

Sarkozy visitou as áreas mais atingidas e reuniu-se com moradores em L'Aiguillon-sur-Mer, prometendo enviar rapidamente fundos para a recuperação.

"É um desastre nacional, um drama humano com um terrível número de mortos", disse ele. "A coisa mais urgente a se fazer é dar apoio às famílias que têm integrantes mortos ou desaparecidos."

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Sarkozy pediu aos Ministérios do Interior e da Ecologia que preparem um relatório sobre o que aconteceu, documento que deve ser entregue a ele em dez dias. "Devemos perguntar como na França, no século 21, as famílias são surpreendidas durante o sono e afogadas em suas casas", disse ele.

O líder francês também tentou conter a tempestade de críticas sobre o estado das barreiras marítimas, dizendo que "esta não é a hora" de tratar sobre o assunto.

Um funcionário lembrou o quão antigas são algumas dessas barreiras. "A barreira que quebrou é datada da época de Napoleão", disse Philippe de Villiers, um político de ultradireita que comanda o governo regional de Vendeia, à France-Info. "Ou construímos (novas) barreiras, que nesse caso precisam ser mais e mais altas...ou temos de construir mais adiante" em terra.

Os ventos chegaram a 200 quilômetros por hora nas montanhas dos Pirineus e a 150 quilômetros por hora na costa atlântica.

No sudoeste da Alemanha, centenas de voos e viagens de trem foram cancelados ou atrasaram. Um homem morreu na região da Floresta Negra, quando uma árvore derrubada pelo vento caiu sobre seu carro, na tarde de domingo.

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A tormenta Xynthia chegou à Bélgica no meio da tarde de domingo. Um homem morreu quando uma árvore caiu em seu jardim, em Jodoigne, no sul do país, segundo a emissora VRT. O vento também derrubou fios elétricos e deixou muitas pessoas sem energia.

Na Espanha, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, informou sobre três mortes pelo temporal no norte do país. O ministro de Interior de Portugal, Rui Pereira, disse que um menino de 10 anos morreu no sábado, em Paredes, atingido por uma árvore.

Nas ilhas portuguesas de Açores um deslizamento de terra retirou um ônibus escolar de uma estrada e o jogou num barranco, matando o motorista. Duas outras crianças, de 10 e 12 anos, foram levadas para o hospital. Uma menina de 10 anos, a outra passageira do veículo, está desaparecida.

Os Açores estão localizados a 1.450 quilômetros a oeste de Portugal, no Oceano Atlântico.