A onda de violência e saques contra lojas, iniciada há uma semana na Argentina e que coincidiu com uma greve de policiais por melhores salários, deixou quatro mortos na segunda-feira (9), elevando para sete o número de vítimas fatais em todo o país.

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Os casos graves de violência tiveram início em meados da semana passada na capital da província de Córdoba, onde a greve deixou as ruas sem policiamento.

A greve e os saques foram se replicando em pontos diferentes do país. Na província de Chaco, que fica a cerca de 1.000 quilômetros a norte de Buenos Aires, três pessoas morreram na segunda-feira durante um ataque a lojas numa avenida comercial da capital, Resistência.

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"Temos um morto por ferimento de arma de fogo, um jovem de 23 anos", afirmou o médico Cristian Obregón, diretor do hospital Perrando, em Resistência. Ele informou também que há outras duas pessoas morreram no local.

Um outro jovem morreu na localidade de Perico, província de Jujuy, com ferimentos provocados por um objeto perfurante durante luta entre grupos que tentavam saquear uma loja de materiais esportivos, informou o jornal El Tribuno e a agência de notícias DyN.

Em Buenos Aires, a polícia que um salário mínimo de 4.200 pesos (cerca de US$ 300,00), renda insuficiente para atender às despesas de uma família, ainda mais tendo em vista uma taxa de inflação de 25% ao ano.

"Há policiais que estão na indigência", afirmou Salvador Baratta ex-subchefe da polícia de Buenos Aires e líder do Sindicato de Policiais e Agentes de Correção (SinPoPe). "Aqui, os policiais são cidadãos de segunda", afirmou o policial aposentado referindo-se às forças de segurança na Argentina, que não têm direito à sindicalização, embora tenham surgido vária agremiações que, porém, não constituem pessoa jurídica.

Os salários da polícia são custeados por cada província, o que gera situações de disparidade salarial. A falta de representação sindical também dificulta as negociações, já que os policiais de uma localidade aceitam propostas que não são aceitas em outras partes do país.

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Os primeiros policiais a entrar em greve foram os da província de Córdoba, a 700 metros ao norte de Buenos Aires, e logo as ações se espalharam para outras localidades.

"Não se pode privar os cidadãos do serviço de segurança pública...nossa população precisa de proteção, para isso paga impostos", declarou, em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Julio Alk. Ele advertiu que "vamos abrir queixas-crime" se os policiais não revirem sua atitude.

Há policiais em greve nas províncias de Corrientes, Tucumán e Santa Fe. Fonte: Associated Press.